O mês de agosto marca o auge da estação seca na maior parte do Centro do Brasil. A chuva nesta época do ano é escassa no Centro-Oeste e no Sudeste, onde em muitas cidades não raro sequer chove no mês. Com isso, as médias mensais de precipitação são muito baixas. Neste ano, este inverno até agora tem sido excepcionalmente seco nestas regiões.

A cidade de São Paulo, por exemplo, tem em agosto a menor média mensal de chuva entre todos os meses do ano com apenas 32,3 mm. Franca possui média de chuva em agosto de 19,9 mm. Uberaba, em Minas Gerais, registra média histórica de precipitação em agosto de somente 14,6 mm. Viçosa, também em Minas, tem média de 10,4 mm.

Na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro., por exemplo, a última chuva acima de 1 mm foi no dia 10 de junho com míseros 2 mm. Na também mineira Araxá, chuva que superou 1 mm em um dia a última vez que caiu foi em 16 de maio. No Norte de São Paulo, em Franca, o último registro de precipitação superior a 1 mm também foi em 16 de maio com 15,4 mm.

No Sul do estado de Goiás, o último registro de precipitação diária acima de 1 mm em Jataí se deu no dia 11 de junho com 2,3 mm. Já em Rio Verde, também em Goiás, a última vez que a altura diária de precipitação superou a marca de 1 mm em 24h até 9h da manhã foi em 19 de junho com 7,8 mm.

Com o prolongado número de dias sem chuva, a baixa umidade relativa do ar e a temperatura em valores acima da média desta época do ano, a qualidade do ar piora e os números de focos de incêndios aumentam. No Cerrado, apenas no mês de julho, o bioma teve 6.713 focos de calor identificados por satélites, número acima da média histórica.

Modelos apontam chuva

O período muito seco prolongado, entretanto, está prestes a dar uma trégua. Os modelos que são analisados pela MetSul Meteorologia mostram a tendência de a chuva retornar para várias áreas do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil com precipitação em cidades que não registram chuva superior a 1 mm há mais de dois meses.

O mapa acima mostra a projeção de chuva para dez dias do modelo meteorológico europeu ECMWF com base na rodada da 0Z de hoje. Observa-se na projeção a tendencia de chuva de forma mais ampla no Mato Grosso do Sul, no Oeste do Mato Grosso, no Sul de Goiás, em todo o estado de São Paulo, e no Sul e o Oeste de Minas Gerais.

Projeção muito semelhante para dez dias pode ser vista na saída do modelo canadense CMC em sua rodada também da 0Z de hoje. A simulação computadorizada indica chuva para as mesmas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil, apenas com diferenças nos volumes.

Igualmente, o modelo meteorológico alemão Icon, da Deutscher Wetterdienst (DWD), aponta em sua projeção de precipitação para sete dias, com base na rodada da 0Z desta quinta-feira, a perspectiva de chover em vários pontos do Centro-Oeste e do Sudeste com os mais altos volumes no Mato Grosso do Sul e São Paulo, mas com a precipitação podendo atingir o Sul de Goiás e o Triângulo Mineiro.

Todos estes mapas de precipitação estão disponíveis para consulta pelo nosso assinante na seção de mapas da página com duas a quatro atualizações diárias, conforme o modelo escolhido para análise. A seção oferece ainda mais mapas de chuva de outros modelos, globais de maior escala e o regional WRF de alta resolução.

Quando chove

A chuva deve vir na próxima semana e a maior probabilidade é para o Mato Grosso do Sul e São Paulo. Não se descarta chuva no Sul de Goiás e no Triângulo Mineiro, mas com probabilidade menor que em áreas mais ao Sul. E, caso chova nestas áreas, os volumes devem ser baixos, no geral. Os mais altos volumes tendem a se concentrar nos estados paulista e sul-mato-grossense.

Na cidade de São Paulo, não se descarta instabilidade já no sábado, mas a chance maior de chuva é entre segunda e terça-feira. No Norte paulista, na região de Ribeirão Preto, os dados indicam chance de chover na segunda. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, probabilidade de chuva entre segunda e terça. Já no Triângulo Mineiro, os modelos sinalizam chance de chover muito pouco na quarta-feira da semana que vem.