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Clima será bem diferente durante a segunda metade do mês em comparação com o que se viu e sentiu na pele até agora em julho. A segunda quinzena de julho será mais seca e mais quente no Centro-Sul do Brasil, de acordo com a nossa análise na MetSul Meteorologia.

O periodo mais seco e quente que se projeta ocorrerá depois de uma primeira metade do mês de frio persistente e muito intenso principalmente no Rio Grande do Sul e chuva acima da média em áreas de Santa Catarina, Paraná e pontos de São Paulo e do Mato Grosso do Sul.

Parte deste comportamento climático com redução da chuva no Centro-Sul do Brasil nesta segunda metade de julho vai estar associado ao padrão da OMJ (Oscilação de Madden-Julian), uma oscilação de instabilidade que dá volta ao mundo nos trópicos a cada 30 a 60 dias, e cuja fase nas próximas duas semanas reduz a chuva no território brasileiro.

Além disso, não se espera durante estas duas semanas uma alta frequência de frentes frias e muito menos sistemas frontais de maior intensidade que poderiam levar chuva para áreas não apenas do Sul, mas também em estados do Centro do Brasil.

A chuva escassa no Brasil Central nesta época do ano, aliás, não foge à normalidade, já que o inverno marca a temporada seca nos estados do Centro-Oeste e do Sudeste com precipitação ou nula ou em baixos volumes em muitas áreas. Goiânia, por exemplo, tem média de chuva de apenas 1,5 mm em julho.

No Rio Grande do Sul, ao contrário, julho é um mês tradicionalmente chuvoso. Porto Alegre tem em julho média mensal de precipitação de 163,5 mm, a maior entre todos os meses do ano na climatologia anual, conforme a série histórica 1991-2020 da estação do Jardim Botânico.

O mapa abaixo mostra a projeção de anomalia de chuva, ou seja, o desvio das médias históricas, para os próximos 15 dias do modelo de clima norte-americano CFS, da NCEP/NOAA. Como se observa, a tendência é de chuva abaixo da média na maioria das áreas do Centro-Sul.

Mapa do modelo de clima para a chuva na segunda metade de julho

METSUL METEOROLOGIA

Os valores perto da média em parte do Centro-Oeste se explicam porque a previsão é de chuva escassa em áreas que nesta época do ano em que a condição normalmente do clima é quase nada chover ou mesmo não chover. Já os desvios negativos são maiores no Sul porque este é período do ano em chove com frequência.

Já a temperatura na segunda quinzena de julho vai acompanhar a dinâmica atmosférica que levará à chuva abaixo da média. Sem frentes frias frequentes e de maior intensidade ou ciclone que trouxesse chuva e impulsionasse ar mais frio, a tendência é de uma segunda quinzena de temperatura acima da média em grande parte do Centro-Sul do Brasil.

O mapa que você enxerga abaixo mostra a projeção de anomalia de temperatura, ou seja, o desvio das médias históricas, para os próximos 15 dias do modelo de clima norte-americano CFS, da NCEP/NOAA. O indicativo é claro de um período em que as marcas nos termômetros devem ficar predominantemente perto e acima da média.

METSUL METEOROLOGIA

No Rio Grande do Sul, não se repete na segunda metade do mês o gelo das primeiras duas semanas de julho. Haverá muitos dias de temperatura amena e agradável, embora faça frio à noite por estar ser uma época do ano com noites muito longas. Calor, porém, não deve ser esperado, exceto em curto período e em algumas cidades, concentradas mais a Oeste.

Cenário semelhante é esperado em Santa Catarina e no Paraná. Curitiba, por exemplo, deverá seguir com noites um pouco frias, mas a grande maioria das tardes da segunda metade do mês de julho terá temperaturas agradáveis com marcas acima do normal para esta época do ano. Várias tardes anotarão máximas tão altas quanto 22ºC a 25ºC, altas para julho na capital paranaense.

A cidade de São Paulo terá uma condição semelhante ao que normalmente ocorre no mês de julho. A maior parte das noites na segunda quinzena terá frio à noite com mínimas entre 11ºC e 13ºC, mas as tardes serão agradáveis, em vários dias com máximas perto e acima dos 25ºC.

No Rio de Janeiro, pela influência oceânica, não se projeta uma segunda metade de mês quente e a grande maioria dos dias terá temperatura agradável. Alguns poucos dias devem ter calor, mas temperatura muito elevada não será a regra.

Em Belo Horizonte, por sua vez, vai se manter o padrão observado ao longo das últimas semanas com muitos dias secos em que a temperatura declina durante a noite com um pouco de frio e as tardes são quentes para o perfil da estação com muitos dias em que as máximas passam dos 25ºC.

No Centro-Oeste, no Mato Grosso do Sul as noites mais frias dos últimos dias darão lugar a madrugadas em que a temperatura estará amena e até elevada para esta época do ano. Com o ingresso de ar quente, as tardes vão voltar a ter marcas altas e com calor ao redor e acima de 30ºC, em vários dias em Campo Grande e outras cidades do estado.

No Mato Grosso, o calor será a marca. Cuiabá terá uma segunda metade de julho com tardes de temperatura muito alta em que as máximas em diversos dias devem ficar perto e acima dos 35ºC, portanto muito acima do que é comum em julho. O tempo seco e quente na região pode favorecer uma nova alta nos focos de queimadas, inclusive na região do Pantanal.

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