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Publicação na internet, não assinada por meteorologista, afirma que “uma extensa onda de calor está prevista para as primeiras duas semanas de agosto” e que “modelos meteorológicos indicam que essa onda de calor pode ser tão intensa que há o risco de quebrar todos os recordes de calor em boa parte da América do Sul, incluindo o Brasil”.

A MetSul Meteorologia esclarece que o cenário de calor exposto na publicação não vai ocorrer. Fará calor, e até muito intenso em diversas áreas, na primeira semana de agosto, entretanto não será um evento capaz de “quebrar recordes em boa parte da América do Sul” e tampouco há previsão de calor intenso por duas semanas em grande parte da América do Sul.

Montevidéu e Buenos Aires não têm qualquer indicativo de calor prolongado. Haverá um ou dois dias de temperatura mais alta na primeira semana do mês, mas a grande maioria dos dias da primeira quinzena do mês terá temperatura amena ou frio.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a primeira semana de agosto terá alguns dias quentes, até com calor mais forte. Nada que se compare, contudo, ao que se viu em agosto de 2012, quando o estado teve mais de 15 dias com temperatura acima de 30ºC em pleno inverno com marcas em alguns acima de 35ºC. Na segunda semana, a previsão é, inclusive, que chova e ingresse ar frio.

No final da primeira semana de agosto, uma frente fria chega ao Rio Grande do Sul e será seguida de uma massa de ar frio, trazendo vários dias seguidos de temperatura mais baixa para os gaúchos e tempo típico de inverno, conforme quase todas as projeções de modelos.

Calor também é esperado em Santa Catarina e do Paraná na primeira semana do mês com maior aquecimento no Oeste, assim como deve ocorrer no Rio Grande do Sul. Isso porque o centro da massa de ar quente vai estar sobre o Norte da Argentina e o Paraguai, onde o calor tende a ser excessivo.

O Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil terão muito alta temperatura na maioria dos dias da primeira quinzena de agosto, mas não é algo que fuja muito da climatologia local nesta época do ano. Agosto e setembro são meses de auge da temporada seca no Centro do Brasil com ar muito seco, calor excessivo em diversas áreas e aumento do número de queimadas.

Uma massa de ar frio deve trazer marcas mais amenas em São Paulo, sobretudo no Sul e no Leste paulista, no Rio de Janeiro em muitas áreas do estado de Minas Gerais durante a segunda semana do mês com noites frias em diversas cidades.

Assim, máximas perto ou acima de 40ºC no Centro-Oeste, em particular no estado do Mato Grosso e na sua capital Cuiabá, estão dentro do que normalmente pode se esperar no mês de agosto. Tal como dias de forte calor no interior de São Paulo ou em Minas Gerais, sobretudo na área do Triângulo Mineiro, são comuns neste período de auge da temporada seca.

Em resumo, a primeira semana do mês terá temperatura acima a muito acima da média numa grande área da América do Sul, mas sem recordes em “boa parte” do continente. Haverá dias de calor excessivo, em particular no Paraguai, Bolívia, o Centro-Oeste e parte do Sudeste do Brasil. Na segunda semana, massa de ar frio ingressa no Centro-Sul do Brasil.

Portanto, não procede a notícia publicada em conta de internet que as duas primeiras semanas de agosto serão muito quentes com prolongada onda de calor que de tão intensa poderia quebrar todos os recordes de calor em boa parte da América do Sul, incluindo o Brasil