O verão 2013/2014 começou hoje (21) no Hemisfério Sul às 15h11m (hora de verão). A estação este ano repete o padrão do último verão no Pacífico de neutralidade, sem os fenômenos La Niña e El Niño. Conforme a MetSul, a estação transcorrerá em grande parte sob neutralidade, mas a tendência é de aquecimento gradual do Pacífico à medida que se aproximar o outono.
O verão de 2014 no Rio Grande do Sul, apesar de repetir a condição de neutralidade do último verão, quando o Estado teve excelente safra agrícola, não deve reprisar cenário tão confortável de precipitações para a principal atividade econômica gaúcha, antecipa o meteorologista-chefe da MetSul Meteorologia Eugenio Hackbart. “Os riscos para a agricultura são maiores em 2014”, diz. A já tradicional irregularidade da chuva do verão será ainda maior na estação que começa, o que para a MetSul pode levar a quadros de déficit hídrico e mesmo ao risco de estiagem com prejuízos no campo e para o abastecimento de água humano e animal pela queda dos níveis dos rios e de reservatórios de água, ao menos em parte do Rio Grande do Sul.
“A má distribuição temporal (quando chove) e espacial (onde chove) das precipitações tende a ser maior, principalmente em cidades do Sul e do Oeste, mas deve afetar outras regiões gaúchas, mesmo a Metade Norte que registra mais chuva”, destaca Hackbart. Apesar da irregularidade da chuva, podem ser esperados episódios pontuais de chuva volumosa a excessiva, de curta duração, e com características muito localizadas ou regionalizadas. As regiões Leste e Nordeste do Estado têm uma maior propensão a estes episódios de chuva volumosa, sobretudo o Litoral Norte que sofre maior influência das correntes de umidade que atuam nesta época do ano no Sudeste do Brasil e nos litorais de Santa Catarina e do Paraná. O verão é a época do ano que tradicionalmente ocorrem pancadas localizadas e passageiras de chuva que se dão, em regra da tarde para a noite, nos dias de calor e umidade. Não raro chegam são acompanhadas de temporais, alguns fortes de vento e granizo, e podem despejar volumes altos de chuva em curto período com graves transtornos nas cidades por alagamentos.
Espera-se um verão com temperatura próxima a acima da média histórica. O tradicional calor, menos freqüente que o normal na primavera que finda, será recorrente com jornadas tórridas (como, por exemplo, agora neste começo de verão e na segunda quinzena de janeiro) e prováveis ondas de calor, quando a temperatura pode se aproximar ou superar os 40ºC. A MetSul enfatiza que os gaúchos poderão experimentar dias de temperatura amena e algumas noites com frio em pleno verão podem ser esperadas no Sul e na Serra, já que massas de ar frio devem passar com mais força ao longo da costa do Estado.
Já o famoso vento ‘Nordestão’ pode ser mais freqüente neste veraneio nas praias por conta da atuação mais constante de ar frio sobre o Atlântico Sul e pressão atmosférica na região acima do normal. Nas passagens de ar frio pelo Atlântico, o mar deve ficar agitado, com águas mais frias e escuras, e com ressaca na orla. As condições de períodos mais longos de tempo seco, por outro lado, agravam o risco de formação de ciclones subtropical e/ou tropical na costa do Sul do Brasil, eventos de natureza rara e até excepcional que podem trazer importantes transtornos por vento e chuva. (Texto do press release da MetSul distribuído à imprensa e ilustrado neste post com foto de Fabiano do Amaral do arquivo do jornal Correio do Povo)