A chuva intensa que começou ainda na noite de terça-feira e seguiu ontem transtornou a cidade do Rio de Janeiro e a região metropolitana com alagamentos e inundações. Moradores foram isolados, rios transbordaram, serviços públios pararam, três pessoas morreram e mais de quatro mil pessoas estão fora de suas casas (reprodução abaixo do jornal O Dia). De acordo com dados da rede de monitoramento da prefeitura da capital fluminense, alguns pontos da cidade como Irajá e Madureira tiveram volumes perto de 200 mm em apenas 24 horas. Na madrugada desta quinta-feira foi a vez do estado de Minas Gerais sofrer com temporal de chuva torrencial, o que trouxe transtornos em Belo Horizonte e na área metropolitana da capital mineira.
Não foi surpresa alguma a chuva intensa que castigou o Rio de Janeiro e agora também Minas Gerais. Por muitos dias seguidos os modelos numéricos de previsão projetavam que a Região Sudeste do Brasil teria precipitação excessiva. E o cenário é de muita água para vários estados do Centro-Oeste, Norte, Sudeste e até parte do Nordeste do Brasil. O mapa ao lado mostra a projeção de chuva para os próximos sete dias do modelo operacional de previsão do tempo do NOAA (GFS). Volumes altos são esperados, por exemplo, em Goiás, Minas, Espírito Santo e mesmo na Bahia. Minas, por conta da sua extensão territorial e os elevados volumes projetados, deve ser uma das áreas mais castigadas pela chuva excessiva. Com isso, informações de deslizamentos de terra e alagamentos voltarão a freqüentar todos noticiários da imprensa de forma recorrente.
O chamado canal primário de umidade da América do Sul está posicionado mais ao Norte que o normalmente observado, em padrão típico em alguns momentos do verão, o que fará com que chova muito nos próximos 15 dias no Centro-Oeste, Norte, Sudeste e até parte do Nordeste do Brasil. Por outro lado, como o fluxo de umidade direcionado para estas regiões, há uma alimentação muito menor de umidade para o Sul do Brasil com a redução drástica da chuva. Por isso, mesmo que ocorram pancadas localizadas nos próximos dias, ocasionalmente até fortes em pontos bastante isolados por estarem associadas ao forte calor e nuvens de grande desenvolvimento vertical (Cb), a chuva durante as próximas duas semanas deve ser bastante irregular em sua distribuição e intensidade aqui no Rio Grande do Sul.