Um vendaval localizado atingiu o município de São João do Polêsine, no Centro do Estado, nesta sexta-feira (29). As rajadas de vento provocaram muitos danos na localidade.

A Praça Matriz de São João do Polêsine foi uma das partes mais castigadas na área urbana do pequeno município. Árvores tombaram com o vento destrutivo, telhados foram arrancados, placas derrubadas, e vitrais da igreja quebraram. As imagens são de Márcia Rambo da Rádio Integração.

Não há estação meteorológica no município, portanto não é possível informar registros de vento na localidade. As imagens, contudo, sugerem danos consistentes com forte vendaval com rajadas de 80 km/h a 100 km/h. O ar quente e úmido formou fortes áreas de instabilidade na região na tarde de hoje.

O Centro do Rio Grande do Sul pode enfrentar novos temporais. Será um fim de semana de grande instabilidade no Rio Grande do Sul com risco muito alto de chuva localmente intensa e tempestades com vendavais, alguns fortes a intensos com potencial de danos, alerta a MetSul. Um centro de baixa pressão que vai avançar entre o Centro da Argentina e o Uruguai deve reforçar a instabilidade no Rio Grande do Sul, especialmente no domingo.

É importante assinalar que estas ocorrências de tempo severo tendem a ser predominantemente isoladas e que não é possível prever que pontos exatos podem ser afetados com grande antecedência, mas apenas delimitar as regiões de maior risco. Não raro tempestades severas nesta época do ano atingem apenas parte de uma cidade, na escala de bairros, sem causar qualquer transtorno em outros pontos do mesmo município.

O mesmo ocorre com estes eventos de chuva muito intensa a extrema que têm atingido o Rio Grande do Sul nos últimos dias. A probabilidade de ocorrência destes eventos de chuva extrema pode ser antecipada dias ou horas antes, mas não é possível antever quais cidades serão afetadas porque eventos bastante localizados. Em municípios de maior dimensão territorial, neste tipo de situação, não raro se observa chuva perto de 100 mm em um temporal em parte da cidade e em locais não muito distantes dentro da mesma cidade pouco ou nada de chuva.

Os modelos numéricos que geram projeções de volumes, ademais, não conseguem prever exatamente tais eventos de chuva extrema isolados, por isso prevêem volumes de 15 mm a 20 mm para um dia em determinado município e no fim, por um temporal, acaba chovendo 100 mm. Os meteorologistas que enxergam o cenário macro da atmosfera é que conseguem alertar para este risco de eventos porque não se limitam a observar projeções numéricas de chuva de modelos, atentando para as condições gerais da atmosfera que sinalizam o risco de episódios localizados extremos de precipitação.