O Rio de Janeiro tem uma quinta-feira de tempo instável com períodos de chuva desde horas da madrugada. O começo do dia chegou a ter momentos de chuva moderada a forte em alguns bairros da capital fluminense com elevados acumulados de precipitação em curto período.
De acordo com dados do Sistema Alerta Rio, da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, a chuva acumulada em 24 horas até o final da manhã desta quinta-feira atingiu 56,4 mm em Santa Cruz, 37,8 mm em Sepetiba e 35,6 mm em Bangu.
Por conta da chuva volumosa em curto período no começo do dia de hoje, o Centro de Operações (COR), da Prefeitura do Rio, chegou a advertir para um risco médio de deslizamentos de terra na região da Baía de Sepetiba.
A MetSul está alertando que a cidade do Rio de Janeiro terá ainda muita chuva na reta final deste mês de novembro. Está no início uma sequência bastante longa de dias de instabilidade com abundante nebulosidade e chuva muito frequente que, por vezes, deve ser moderada a forte com risco de pancadas torrenciais na capital fluminense. Outras áreas do Rio também devem ter chuva volumosa, como a Costa Verde e a Região Serrana.
Preocupa a perspectiva localmente de chuva por vezes forte a torrencial em alguns momentos na cidade do Rio de Janeiro no restante desta semana e durante a semana que vem. Podem ocorrer episódios de chuva muito volumosa em curto período, o que com uma sequência longa de dias chuvosos e solo saturado favorece alagamentos e deslizamentos de terra.
O cenário que se esboça para os próximos dez dias inclui chuva de natureza orográfica, ou seja, induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano ao encontrar a barreira do relevo da Serra, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.
Episódios de chuva orográfica são de alto risco porque costumam trazer acumulados de precipitação localmente muito altos e que não raro até acabam superando as projeções dos modelos numéricos. Os litorais de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro são os de maior risco de eventos de chuva extrema de natureza orográfica no Brasil com histórico de desastres por chuva extrema induzida pelo relevo.
Os modelos numéricos, que subestimam chuva orográfica, chegam a projetar acumulados nos próximos sete dias da ordem de 300 mm ou mais em pontos dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, como é o caso do modelo alemão Icon.
Sob este cenário, a MetSul Meteorologia reforça o seu alerta de chuva extrema em alguns locais com alto potencial de alagamentos, inundações, cheias de rios e córregos com elevada probabilidade de transbordamento, e principalmente o perigo de deslizamentos de terra em áreas de risco nas encostas.