Joel Saget/AFP/MetSul Meteorologia

Vem chuva para o trigo. Esta é uma excelente notícia para produtores do Sul do Brasil que, angustiados, assistem a uma crescente queda de produtividade com a persistência do tempo seco e agora muito quente. Julho foi o mês mais seco do ano até agora em muitas áreas produtoras do Rio Grande do Sul e os primeiros vinte dias do mês seguiram igual tendência com precipitações escassas e ainda uma forte onda de calor durante os últimos dias.

De acordo com a Emater, a maior parte do trigo hoje no Rio Grande do Sul está sua fase de germinação, entretanto o tempo muito seco tem prejudicado o manejo no campo.

Em razão da falta de chuva, produtores não têm conseguido aplicar fertilizantes cuja eficácia nas lavouras depende da presença de umidade. Uma das áreas mais afetadas é a região das Missões, onde são dois meses seguidos de chuva escassa e umidade do solo cada vez menor.

A previsão da MetSul é que todas as áreas produtoras de trigo no território gaúcho terão chuva nesta reta final de agosto. Os volumes de precipitação vão variar muito de um município para outro, mas, no geral, a tendência é que grande parte das localidades com produção de trigo tenham acumulados satisfatórios nos próximos sete a dez dias.

O mapa acima mostra a projeção de chuva acumulada pros próximos dez dias do modelo canadense. Observa-se a tendência de chover em todo o Sul do Brasil e com os maiores volumes no Sul gaúcho, uma vez que ar mais quente deve atuar com maior persistência na Metade Norte, bloqueando a chuva por mais tempo no Sul gaúcho.

Este e outros modelos de chuva estão disponíveis ao assinante na seção de mapas com até quatro atualizações diárias e projeções para dias e semanas.

Neste período final de agosto, o Rio Grande do Sul estará entre uma massa de ar quente ao Norte e uma massa de ar frio ao Sul. Conforme o dia, o ar frio avança um pouco mais para Norte e o ar quente avança um pouco para o Sul. Como o Estado vai estar na área de transição entre as duas massas de ar com características diferentes, instabilidade vai ser favorecida.

Espera-se uma grande variabilidade das condições dia a dia com um quente seguido de outro mais ameno com chuva para logo voltar a esquentar com sol e depois chover de novo. Nas áreas produtoras de trigo do Rio Grande do Sul, de acordo com a análise da MetSul, o período mais favorável para a chuva será entre os dias 24 e 26.