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JEAN-BAPTISTE JEANGÈNE VILMER/EMBAIXADA FRANCESA EM VANUATU E ILHAS SALOMÃO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O pequeno país insular de Vanuatu, no Oceano Pacífico, estava em situação de emergência nesta sexta-feira depois de ser atingido por dois terremotos e dois ciclones em um intervalo de poucos dias. Enquanto o país se recuperava dos danos provocados pela passagem na quarta-feira do ciclone Judy, os moradores enfrentaram dois terremotos nesta sexta-feira e precisaram procurar abrigo com a aproximação de outra tempestade, o ciclone Kevin.


“É uma loucura. Vanuatu está acostumado com desastres naturais, mas acho que é a primeira vez com dois ciclones consecutivos”, disse Eric Durpaire, do Unicef, à agência de notícias AFP. As autoridades não relataram vítimas na passagem do ciclone Judy, que levou centenas de pessoas para abrigos de emergência na capital Port Vila.

Também não foram registradas vítimas após os dois terremotos, de 6,5 e 5,4 graus, registrados nesta sexta-feira, mas a situação nas ilhas menores permanece indeterminada. Com a aproximação do ciclone Kevin, com ventos de até 130 quilômetros por hora, o primeiro-ministro Ishmael Kalsakau decidiu decretar estado de emergência.

O estado do Pacífico já pediu ajuda aos vizinhos. A Austrália – a três horas de viagem de avião – disse nesta sexta-feira que enviaria água e suprimentos médicos e uma equipe de trabalhadores para avaliar os danos. A Nova Zelândia também prometeu assistência.

Vanuatu, um país com cerca de 300.000 habitantes, foi classificado como o país mais sujeito a desastres naturais pelas Nações Unidas. O país passa regularmente por ciclones, e os desastres desta semana ocorreram quando a missão da ONU de Vanuatu garantiu uma moção histórica para pedir à Corte Internacional de Justiça que defina qual responsabilidade legal os países têm pela mudança climática e seus impactos.

Vanuatu disse que garantiu o apoio de 105 outras nações – incluindo Reino Unido, Canadá e Austrália – para copatrocinar a moção foi um “esforço diplomático hercúleo”. A China e os Estados Unidos – dois dos maiores emissores de carbono do mundo – não assinaram.

Países do Pacífico, como Vanuatu, têm estado na vanguarda das batalhas legais contra as mudanças climáticas nos últimos anos, à medida que o aumento do nível do mar, a acidificação dos oceanos e o aumento da frequência e gravidade dos desastres naturais são sentidos de forma aguda em toda a região.

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