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Moradores da cidade de Buenos Aires enfrentam as mais altas temperaturas já registradas em março em quase 120 anos de dados e ainda tiveram que suportar ontem um blecaute gerado por incêndio associado à onda de calor | LUIS ROBAYO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Uma onda de calor muito intensa e histórica atinge a parte central da Argentina com marcas extremas para esta época do ano. O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) emitiu um alerta vermelho por temperatura elevada para a capital argentina e a Grande Buenos Aires.

Alertas vermelhos por temperatura extrema são raros para a região metropolitana de Buenos Aires. Normalmente, os avisos desta natureza são emitidos para áreas do interior do país. Um alerta vermelho por calor significa, de acordo com o SMN, que há risco para toda a população e inclusive as pessoas saudáveis.

O alerta vermelho é emitido no dia em que a temperatura na cidade de Buenos Aires, na estação oficial do observatório central de Villa Ortúzar, atingiu 38,0ºC. Trata-se da mais alta temperatura já observada em março desde o começo das medições em 1906 na capital argentina. A marca supera o recorde anterior de 37,9ºC de 7 de março de 1952.


Na Grande Buenos Aires, a máxima desta quinta-feira no Aeroporto Internacional de Ezeiza chegou a 38,3ºC. Na capital da província de Buenos Aires, La Plata, a máxima de 38,0ºC nesta quinta é recorde para março desde o começo das medições em 1956.

Às 21h desta quinta, segundo o ranking horário de temperatura do Serviço Meteorológico Nacional, a cidade de Buenos Aires tinha a estação com a temperatura mais alta em toda a Argentina com registro no horário de 32,5ºC e sensação térmica pela umidade de 35ºC.

A cidade de Buenos Aires teve o verão climatológico (trimestre dezembro a fevereiro) mais quente desde que se iniciaram as medições regulares na capital argentina em 1906, divulgou nesta quarta-feira o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SMN).

O novo ranking de verões mais quentes tem 2022/2023 no alto, em primeiro lugar, com média de temperatura de 25,6ºC. Na sequência, em segundo lugar, aparece o verão de 1988/1989 com temperatura média no trimestre de 25,3ºC. O ranking segue com o verão de 2015/2016 com média de 25,3ºC. A seguir, aparecem os verões de 2016/17 com 25,2ºC e de 20134/2014 com média de 24,8ºC.

Esta é a nona onda de calor na Argentina desde a primavera e já foi responsável pela quebra de dezenas de recordes de máximas para março entre ontem e hoje. O número de ondas de calor está muito acima do normal e dados preliminares indicam que o verão de 2023 foi o mais quente já registrado na Argentina, superando o de 1989.

Na última década não se registaram mais do que quatro ou cinco episódios semelhantes por temporada, segundo o Serviço Meteorológico Nacional, ou seja, a primavera de 2022 e o verão de 2023 registram o dobro de ondas de calor do que o normal.

Ontem, uma queimada em pastagens associadas à onda de calor mergulhou quase metade da Argentina no escuro. Um grande corte de energia elétrica afetou 20 milhões de argentinos em várias províncias e em parte de Buenos Aires, após o incêndio ter atingido uma linha de alta tensão no interior da província de Buenos Aires que conecta à usina nuclear Atucha 1.

Em um momento de temperatura elevada, o setor elétrico demandava 25.000 megawatts e houve um corte que retirou cerca de 9.000 megawatts, explicou o subsecretário de Energia, Santiago Yanotti, ao canal C5N. O corte afetou o fornecimento de energia a grandes áreas do país

Na cidade de Buenos Aires, com calor de quase 38ºC na tarde de ontem, vários bairros ficaram temporariamente sem luz. O corte afetou a rede de metrô, linhas ferroviárias e centenas de semáforos. Não houve divulgação de números oficiais, mas o corte de energia se estendeu a diferentes cidades das províncias de Santa Fé e Córdoba, à região de Cuyo (Oeste), à Patagônia e ao Noroeste.

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