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Uma das mais fortes tempestades solares dos últimos 20 anos trouxe aurorais boreais para muitas áreas do Hemisfério Norte na última noite e em locais onde o fenômeno é raramente observado, como países da Europa Central e estados mais ao Sul dos Estados Unidos. No Hemisfério Sul, as luzes deram um show no céu também na Antártida e na Nova Zelândia.

Fotógrafo tira fotos da aurora austral (em contraposição à aurora boreal do Hemisfério Norte) com o céu iluminado pelo fenômeno no horizonte sobre as águas do Lago Ellesmere, arredores de Christchurch, na Nova Zelândia, na madrugada desta segunda-feira | SANKA VIDANAGAMA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Na tarde de 23 de abril de 2023, às 15h12, hora de Brasília, uma erupção solar moderada (M1.7) irrompeu do sol, expelindo um bilhão de toneladas de gás magnetizado superaquecido do Sol, conhecido como plasma.

Essa ejeção, conhecida como Ejeção de Massa Coronal (CME), viajou a quase três milhões de quilômetros por hora e atingiu a Terra em dois dias. Um enorme filamento magnético no hemisfério sul do Sol explodiu, lançando uma nuvem de detritos em direção à Terra em 21 de abril.

A poderosa ejeção de massa coronal (CME) colidiu com o campo magnético da Terra no dia de ontem, resultando em uma forte tempestade geomagnética. A tempestade foi classificada como nível 4 de 5 na escala G de tempo espacial da NOAA.

A tempestade geomagnética chegou mais cedo e foi muito mais forte do que o esperado, conforme o Centro de Previsão do Tempo Espacial (SPWC) da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), do governos dos Estados Unidos.

O evento foi tão intenso no campo magnético do nosso planeta que desencadeou uma exibição impressionante de auroras que iluminaram o céu noturno em vários países do mundo. As auroras foram observadas até o Sul da França e na China, com manchas verdes vistas no céu de Berlim e cenas semelhantes observadas na Polônia. Especialistas descreveram este evento único na vida como uma visão incrível de se ver.

As auroras boreais puderam ser vistas de Sul ao Norte nos Estados Unidos, mas pela intensidade do evento as luzes chegaram a estados mais ao Sul do país, onde o fenômeno é raramente visto. Houve avistamento de auroras na Califórnia, Nevada, Arizona, Oklahoma, Texas e Carolina do Norte.

O espetáculo se fez presente com maior força na América do Norte no Canadá e em estados do Norte e do Nordeste norte-americano, como Iowa, Pensilvânia e Wyoming, a aparição das luzes foi espetacular. O escritório do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) em Riverton, Wyoming, publicou imagens do céu colorido pelas luzes sobre o radar meteorológico.

Especialistas disseram que o evento é um lembrete do poderoso impacto que o tempo espacial pode ter em nossas vidas diárias, desde as belas auroras que pode produzir até as possíveis interrupções que pode causar à tecnologia e à infraestrutura. Em 1989, uma tempestade solar muito forte causou apagão na província de Quebec, no Canadá.

Tempestades geomagnéticas severas ocorrem cerca de 100 vezes a cada ciclo solar de onze anos. A última foi registrada em 24 de março de 2023. Foi a tempestade geomagnética mais intensa em quase 6 anos antes desta da última noite. O pico do atual ciclo solar vai ocorrer entre 2024 e 2025, logo tempestades solares ainda mais fortes e frequentes devem ser esperadas nos próximos dois anos.