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Erupção solar que causou a tempestade geomagnética de junho de 2015 | NASA

O que muitos entusiastas e observadores de tempo espacial suspeitavam na noite de ontem acaba se confirmando. A tempestade solar que atingiu a Terra na tarde e noite de domingo, hora de Brasília, foi a mais intensa no campo magnético do planeta em muitos anos.


Christian Mostl, chefe do escritório de tempo espacial da Áustria, destacou nas suas redes sociais que foi a tempestade solar mais forte desde junho de 2015, portanto quase oito anos. Segundo ele, valendo-se de indicadores que o público leigo está nada acostumado a ler e valendo-se de parâmetros da Física, o evento de ontem superou a tempestade solar de março deste ano, a mais forte até então no atual ciclo solar.

Como se formou a tempestade solar? Em 23 de abril, erupção solar expeliu um bilhão de toneladas de gás magnetizado superaquecido que viajaram a quase três milhões de quilômetros por hora até atingir a Terra no domingo.

A poderosa ejeção de massa coronal colidiu com o campo magnético terrestre, trazendo tempestade severa geomagnética, classificada como nível 4 em escala que vai a 5 de tempo espacial.

O que a e ejeção solar provocou? Auroras, muitas auroras, e nos dois hemisférios. Foi tão intenso o evento que gerou auroras que iluminaram o céu noturno em vários países. As auroras foram observadas em várias capitais da Europa, como em Berlim, e até no Sul da França. Houve avistamento das luzes na costa mediterrânea da Espanha. Na Ásia, as luzes foram avistadas na China. No Hemisfério Sul, na Antártida e Nova Zelândia.

Fotógrafo tira fotos da aurora austral (em contraposição à aurora boreal do Hemisfério Norte) com o céu iluminado pelo fenômeno no horizonte sobre as águas do Lago Ellesmere, arredores de Christchurch, na Nova Zelândia, na madrugada desta segunda-feira | SANKA VIDANAGAMA/AFP/METSUL METEOROLOGIA 

As auroras boreais puderam ser vistas ainda no Canadá e nos Estados Unidos. A magnitude do evento fez com que as luzes chegassem a lugares em que o fenômeno é raramente visto em latitudes menores do território norte-americano. A ponto de ter ocorrido avistamento em San Diego, na Califórnia, a poucos quilômetros da fronteira com o México (32,9ºN). Esta latitude na América do Sul, em comparação, corresponde ao Sul do Rio Grande do Sul.

As luzes foram observadas ainda nos Estados Unidos em latitudes muito ao Sul do habitual para auroras como Arkansas (35,1ºN), Colorado (38ºN), Utah (+40,8ºN), Oklahoma (36,3ºN), Carolina do Norte (36,2ºN), Tennessee (35,4ºN), Nova México (+35,9ºN), Texas (+33,9ºN) e Nebraska (40,6ºN).

Haverá mais tempestades solares muito fortes? Sim! Tempestades geomagnéticas severas ocorrem cerca de 100 vezes a cada ciclo solar de onze anos. A última tinha sido registrada em 24 de março de 2023. O pico do atual ciclo solar vai ocorrer entre 2024 e 2025, logo tempestades solares ainda mais fortes e frequentes devem ser esperadas nos próximos dois anos.

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