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Violentas tempestades atingiram o Paraguai nas últimas horas com registro de um tornado e granizo gigante. Um tornado causou a morte de uma menina de 10 anos em San Estanislao, departamento de San Pedro, segundo informações preliminares.

O tornado danificou ainda 25 casas e deixou vários feridos. O fenômeno ocorreu por volta das 18h30, informou a emissora Telefuturo. Segundo os primeiros dados, o tornado deixou cerca de 20 a 25 casas demolidas e vários feridos que estão a ser tratados no hospital local.

Em Guaica, departamento de San Pedro, uma mulher foi resgatada dos escombros de sua casa depois que uma forte tempestade destruiu a moradia. Violentos temporais atingiram a região no final da tarde com a formação de uma supercélula. Caiu granizo gigante na localidade de Arroyos e Esteros, com danos materiais. Vidros de carros chegaram a ser perfurados.

O cenário é preocupante porque as intensas áreas de instabilidade que se formaram sobre o Paraguai com granizo gigante e até tornado avançam para o Sul do Brasil, onde afetam o Oeste catarinense e principalmente o Oeste do Paraná.

O tornado no Paraguai se deu sob uma corrente de jato em baixos níveis da atmosfera. O fenômeno costuma estar associado a tornados no Sul do Brasil e nos países vizinhos porque aumenta a divergência de vento na atmosfera, o que se conhece por cisalhamento, aumentando o potencial para a formação dos funis.

O jato de baixos níveis é um corredor de vento nas camadas baixas da atmosfera. Tal como as principais correntes de jato, as polares e subtropicais, são “rios” na atmosfera, embora em menor escala e geralmente em velocidades mais lentas. Na tarde de hoje, um jato de baixos níveis podia ser visto sobre o Paraguai e o Sul do Brasil com o aprofundamento da baixa pressão que dará origem ao ciclone na costa gaúcha.

Jatos de baixos níveis são resultado de gradientes (diferenças) de temperatura em altitudes mais baixas, que levam a um gradiente de pressão e um fluxo de ar perpendicular a esse gradiente. Estas correntes de jato em baixos níveis (JBN) a Leste dos Andes que trazem ar quente costumam se originar na Bolívia ou no Centro-Oeste do Brasil e apresentam, em regra, uma extensão de centenas de quilômetros do Sul da região amazônica até a bacia do Rio Prata. No Prata, o jato costuma recurvar em direção a Leste para o Atlântico.

São estes episódios de JBN que trazem vento Norte seco quente de forte intensidade às vezes para o Rio Grande do Sul, especialmente precedendo uma frente fria acompanhada de ciclone extratropical mais profundo, sobretudo no inverno.

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