A onda de calor que promete ser muito longa e histórica, potencialmente a mais intensa e ao mesmo tempo duradoura já registrada no Estado na história recente, entra hoje no seu quarto dia no Rio Grande do Sul. O sol aparece com nuvens hoje na maioria das regiões gaúchas, mas com maior nebulosidade no Sul e parte do Oeste, onde mais uma vez chove a qualquer hora do dia e com alto risco de pancadas fortes e temporais isolados. Nas demais regiões, pancadas isoladas mais da tarde para a noite com eventuais temporais localizados. O calor, de novo, é mais intenso na região do vales e na Grande Porto Alegre com máximas entre 38ºC a 40ºC, mas que podem ser menores do que ontem em alguns locais. Na quarta-feira, as máximas foram a 40,2ºC na estação do Metroclima da zona Norte de Porto Alegre, 40ºC na Base Aérea de Canoas, 39,7ºC em São Leopoldo, 39,6ºC em Campo Bom, 39,1ºC em Teutônia, 38,9ºC em Santa Cruz do Sul e 38,4ºC em Lajeado. Na estação de referência climatológica histórica da Capital, instalada no Jardim Botânico, a máxima ontem de 38,2ºC foi a segunda mais alta em janeiro neste século, igualando o registro de 8 de janeiro de 2006 e só atrás dos 39,2ºC de 9 de janeiro de 2005.
O avanço de instabilidade do Uruguai para o Rio Grande do Sul sob uma atmosfera extremamente aquecida gerou temporais em pontos do Sul do Estado ontem, como na praia do Cassino (foto espetacular acima de Diego Faria Balinhas). A estação automática de Rio Grande do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) acusou rajadas de vento de mais de 60 km/h e chuva de 10 mm em apenas uma hora, mas sem transtornos. Temporais isolados, estimulados pela massa de ar quente, atingiram outros pontos do Rio Grande do Sul. Em Pelotas (fotos abaixo de Daniele Mota e Rejane Botelho), houve o registro de chuva forte na cidade com acumulados perto de 40 mm em alguns pontos. As áreas de instabilidade afetaram ainda o Litoral Norte com pancadas de chuva e trovoadas. Em Capão da Canoa (foto abaixo de Guilherme Andrioli), houve incidência de raios.
A instabilidade hoje e nos próximos dias deve ser mais atuante no Sul e no Sudoeste do Estado. Onde deve chover muito é sobre o Uruguai com freqüentes pancadas. A partir deste fim de semana e, sobretudo, no decorrer da próxima semana o território uruguaio deve ter muita chuva com precipitações localmente fortes a torrenciais e temporais de vento e granizo. Os acumulados de chuva no Uruguai na próxima semana devem ser muito altos com volumes de 100 mm a 200 mm em muitas áreas e até de 200 mm a 300 mm em setores localizados, o que deverá trazer muitos alagamentos e até mesmo inundações.
Não há perspectiva de término tão cedo da onda de calor. E a perspectiva é de intensificação. A temperatura se elevará ainda mais a partir do domingo, marcando o começo da segunda fase da onda de calor que vai ser mais intensa. A primeira semana de fevereiro, na próxima semana, aliás, promete ser tórrida e uma das mais quentes da história recente do Estado. O Estado terá marcas à sombra de 41ºC a 43ºC em algumas cidades e vários dias seguidos com marcas acima dos 40ºC, inclusive na região de Porto Alegre. Os modelos de clima com tendências de mais longo prazo sinalizam uma possibilidade de alivio moderado no final da semana que vem, ao redor do dia 7, mas ainda é muito cedo para se avaliar o tamanho deste refresco.