O swell gerado por um ciclone extratropical no Atlântico Sul trouxe grandes ondas na praia de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira. O mar grande proporcionou a alegria dos surfistas que aproveitaram as altas ondas.

Um swell é uma série de ondas de gravidade mecânicas ou superficiais geradas por sistemas meteorológicos distantes que se propagam por milhares de quilômetros através dos oceanos e mares. No caso de hoje, o sistema é um ciclone no Atlântico Sul.

GABRIEL ZAPAROLLI

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GABRIEL ZAPAROLLI

GABRIEL ZAPAROLLI

Ondulações oceânicas são frequentemente geradas em regiões de depressões atmosféricas nas latitudes médias e perto dos polos entre 30º e 60º, em regiões de águas profundas, sobretudo por ciclones. A maioria das ondas de alta energia produzidas do planeta  atingem o seu pico no inverno nos hemisférios Norte e Sul, época de maior incidência de ciclones intensos.

Ontem, a pressão atmosférica mínima no centro do ciclone na madrugada era de 975 hPa, cerca de 22 hPa abaixo do valor no mesmo horário no dia anterior, portanto no limite de uma ciclogênese explosiva ou bomba meteorológica que se caracteriza por uma queda de pressão de ao menos 24 hPa em 24 horas no centro de um ciclone.

O aprofundamento do centro de baixa pressão que deu origem ao ciclone causou danos em Rio Grande, no Sul gaúcho, no fim de semana. Conforme a Defesa Civil municipal, quatro casas foram danificadas pela força do vento. Uma árvore caiu em cima de uma casa e dois postes sobre a pista de rolamento.

Na Lagoa dos Patos, criança de seis anos foi resgatada no domingo após cair de um bote inflável em Tapes. A embarcação em que a criança estava com o tio foi levada pelo vento para longe da costa. Quando o homem tentou puxar o barco, caiu na água, e a sobrinha acabou ficando sozinha.

As rajadas de vento no fim de semana chegaram a 91 km/h na Barra do Chuí, mas o vento mais forte se limitou ao Litoral Sul gaúcho e à área das Lagoas. Em outras áreas do Leste gaúcho até houve rajadas, mas sem potencial de danos.

Como o ciclone passou por um processo de rápida intensificação mais longe da costa, o seu campo de vento intenso foi mais limitado no continente. O sistema, por outro lado, impulsionou ar mais frio e seco para o Rio Grande do Sul. Estações meteorológicas indicaram mínimas no estado de 7ºC ontem e 5ºC hoje.

Hoje, o ciclone extratropical estava a mais de dois mil quilômetros a Leste-Sudeste do Rio Grande do Sul, portanto distante do continente. A sua pressão central de manhã era de 995 hPa, 20 hPa a mais do que ontem, indicando um enfraquecimento do sistema.