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Uma situação de “caos e desespero”, em palavras de comunicado do governo estadual,tem assolado o Acre. Os acreanos enfrentram uma “tempestade perfeita” de problemas simultaneamente. 

Há um grande crescimento nos números de casos e internações no sistema público de saúde pela epidemia; um surto de dengue em diversos municípios; uma crise migratória na fronteira com o Peru; e os rios transbordaram na capital Rio Branco e nos municípios do interior. 

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Com a enchente, o Acre já tem hoje quase 130 mil pessoas atingidas de alguma forma pela cheia dos rios na capital e no interior do estado. No total, são dez cidades afetadas: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Jordão, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.

A cidade de Tarauacá sofre uma das maiores enchentes de sua história. Segundo informações da Defesa Civil Municipal, 80% da cidade está inundada e mais de 400 pessoas desabrigadas.

O manancial está com seu nível em 11 metros, de acordo com a medição do Corpo de Bombeiros. A cota de transbordamento é de 9,50 metros, ou seja, está 1,50 metro acima do nível máximo. A maior cota já registrada na cidade foi 11,93 metros, em 2014.

Uma cena comoveu Tarauacá. Com cheia de rio, um médico da cidade atendeu um bebê dentro da água. A cena do médico Rodrigo Damasceno cuidando de um bebê de dois anos com pneumonia viralizou nas redes sociais. O registro foi feito pelo fotógrafo Lucas Melo que acompanhava a equipe médicanos atendimentos.

Outra cidade duramente castigada é Cruzeiro do Sul. Com mais de 14 metros, o Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, registrou a maior cheia já vivenciada pelo município desde 2017, quando atingiu a marca de 14,27 metros. A cota de alerta do rio é de 11,80 e a de transbordamento é de 13 metros.

Uma das estratégias adotadas pelas autoridades é realizar o monitoramento da chuva acumulada, por meio de satélites, das bacias hidrográficas do estado do Acre, da Bacia do Rio Madeira e da região MAP, que compreende Madre de Dios, no Peru, o Acre no Brasil e Pando na Bolívia. 

Não é apenas a chuva cai no Acre que traz as enchentes, mas nas bacias dos rios que cortam toda a região.

O inverno amazônico traz muita chuva e cheia de rios. No Acre, choveu mais de 500 mm nos últimos 30 dias em algumas cidades, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia. 

SOLIDARIEDADE 

A Associação do Ministério Público do Acre começou uma campanha de ajuda para todo o estado. Muitos artistas, blogueiros e influenciadores estão ajudando e realizando importantes mobilizações, mostrando ao país a situação em que o estado se encontra. 

O DJ e produtor musical Alok Ackar Peres Petrillo foi um dos grandes nomes nacionais que, por meio da rede social Twitter, manifestou sua vontade em ser solidário ao Acre nesse momento. No site, o assunto Acre é um dos mais discutidos no momento, com a hastag #SOSAcre figurando em seu trending topics.