Astrônomos profissionais e amadores em todo o Sul do Pacífico usaram óculos de proteção especiais para observar ao eclipse solar desta quinta-feira no qual a Lua cobriu o Sol por cerca de um minuto, em alguns locais, completamente.

O eclipse solar híbrido ocorre quando em alguns pontos da Terra o eclipse é anular e em outros, é total. O de hoje, que foi observado principalmente no Sul do Pacífico, foi o primeiro desta natureza em dez anos.

No início e no fim do eclipse ele é visto como anular, e no centro da faixa de totalidade ele é visto como total. A duração de um eclipse sobre a Terra toda é de 5 a 6 horas tipicamente, nesses casos ele começa como anular, depois passa a total e volta a ser anular no fim, para observadores em locais distintos.

Partes da Austrália, Indonésia e Timor Leste viram momentos de escuridão em plena luz do dia devido ao eclipse total, para o deleite dos observadores curiosos. Astrônomos em Exmouth, Noroeste da Austrália, estacionaram suas casas móveis, montaram telescópios e utilizaram óculos com filtros especiais para observar a Lua se sobrepondo lentamente ao Sol.

“Muitas pessoas ficam viciadas naquele minuto ou mais de espacialidade misteriosa”, disse John Lattanzio, da Australian Astronomical Society. “Eles se tornam ‘caçadores de eclipses’ e viajam pelo mundo para repetir a experiência”, acrescentou.

Meteorologistas do mundo inteiro estavam atentos às imagens de satélite para observar a sombra gerada pelo eclipse sobre a superfície do planeta. A espera valeu a pena. O satélite japonês Himawari-9, a 36 mil quilômetros de distância da Terra.

Quando a escuridão pairou às 11h29min48, horário local, na Austrália Ocidental (0h29min48 em Brasília), uma estranha calma se instalou. Menos de um minuto depois, a luz se espalhou novamente. Um pouco mais tarde, milhares de pessoas fizeram fila do lado de fora de um planetário de Jacarta para observar o Sol parcialmente coberto através de um telescópio.

Em Bekasi, perto da capital do país, Kristoforus Aryo Bagaskoro e sua filha de 10 anos, Angela Tara, observaram o fenômeno por meio de sua reflexão na superfície de um balde cheio de água. “Tara não parava de falar sobre isso desde ontem, então esta manhã eu usei água para assistir na frente de nossa casa”, disse Bagaskoro. “Foi um evento raro, Tara estava animada e perguntou por que estava acontecendo”, acrescentou. A menina, por sua vez, afirmou que o eclipse foi “ótimo”.

O fenômeno também foi observado por milhares de pessoas no extremo leste de Timor Leste, onde os observadores reunidos no campus da Universidade Nacional de Timor-Leste receberam óculos de proteção ultravioleta e outros fizeram fila para usar os telescópios da instituição.

Embora os eclipses sejam uma atração especial para os observadores, para os cientistas, são uma oportunidade de enxergar a coroa solar, geralmente ofuscada por seus raios brilhantes. Foi observando a um eclipse solar que Albert Einstein desenvolveu sua hipótese sobre o desvio da luz.