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Pancadas de chuva com temporais isolados serão frequentes nos próximos dias no estado de São Paulo, antecipa a MetSul Meteorologia. Uma massa de ar quente e úmido de origem tropical vai atuar no território paulista, o que vai favorecer instabilidade todos os dias.

Imagem de satélite das 18h desta quarta do estado de São Paulo | METSUL

A imagem de satélite do final da tarde desta quarta-feira mostrava que as nuvens de chuva com maior desenvolvimento vertical formadas pelo calor se originaram em áreas do estado em que a atmosfera estava mais aquecida, no caso o Centro, Oeste e o Norte paulista.

Já no Sul e no Leste do estado, a influência era de umidade com ar mais frio vinda do oceano, o que não gerava nuvens de tempestade que o satélite captasse, mas provocava chuva orográfica associada a nuvens baixas com volumes muito altos em cidades costeiras junto à Serra do Mar.

Os acumulados em apenas 12 horas até 20h desta quarta-feira atingiam 151 mm em Mongaguá, 133 mm em Ubatuba, 131 mm em Cubatão, 120 mm em Itanhaém, 89 mm em São Vicente, 82 mm no Guarujá e 72 mm em Bertioga. São volumes muito altos e excessivos para poucas horas.

A MetSul Meteorologia alerta que as condições seguirão favoráveis à chuva localmente intensa com acumulados excessivos em pontos do litoral do estado de São Paulo nas próximas horas à medida que persiste o fluxo de umidade vinda do mar que gera chuva orográfica.

A chuva orográfica é a precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa à medida que ascende na atmosfera com camadas mais frias. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.

Mapa do modelo GFS mostra que vento do mar está alcançando a cota com alta umidade e favorecendo a ocorrência de chuva orográfica | METSUL

Em um exemplo bem didático e simples de entender. O que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho que tem uma superfície mais fria vai ficar embaçado (úmido) e molhado. Com a chuva orográfica ocorre o mesmo.

O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar nesta barreira que são os morros sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva.

Episódios de chuva orográfica são de alto risco porque costumam trazer acumulados de precipitação localmente muito altos e que não raro até acabam superando as projeções dos modelos numéricos. Os litorais de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro são os de maior risco de eventos de chuva extrema de natureza orográfica no Brasil.

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