Equipes de resgate retiram dos escombros de um prédio que desabou o cachorro chamado Pamuk em Hatay, no Sudeste da Turquia. O número de mortos do grande terremoto na Turquia e na Síria continuou subindo e passou de 21 mil. A primeira ajuda da ONU chegou às zonas controladas pelos rebeldes sírios, mas as esperanças de encontrar mais sobreviventes apenas diminuem. | GURKAN OZTURK/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Equipes de resgate salvaram um cachorro preso sob os escombros em Iskenderun, em Türkiye, depois que terremotos mortais atingiram a Turquia e a Síria no começo desta semana. O vídeo de uma testemunha ocular mostrou equipes de resgate cavando e limpando os escombros para libertar o cão assustado.

O cachorrinho chamado Pamuk era cuidado pelos vizinhos de seu dono, de acordo com um morador do prédio que sobreviveu ao desastre. O proprietário estava no hospital na cidade de Mersin, aproximadamente duzentos quilômetros a Oeste de Iskenderun, disse a testemunha.

A esperança de encontrar sobreviventes é cada vez menor nas zonas afetadas pelo terremoto da última segunda-feira na Turquia e na Síria, um dos mais potentes em décadas na região, e que provocou mais de 21 mil mortes.

As equipes de emergência prosseguiam com as buscas por milhares de pessoas que as autoridades suspeitam que estão presas nos escombros, mas o otimismo diminui com as temperaturas gélidas e a superação do prazo de 72 horas, considerado crucial para resgatar sobreviventes.

O novo balanço, baseado em dados oficiais e médicos, é de 17.674 mortos na Turquia e 3.377 na Síria, aumentando o número geral para 21.051. Segundo especialistas, ele irá aumentar. Além disso, os países contabilizam perdas econômicas gigantescas: de acordo com a agência de classificação Fitch provavelmente devem “superar dois bilhões de dólares e podem alcançar quatro bilhões de dólares ou mais”.

O Banco Mundial anunciou hoje que destinará 1,78 bilhão de dólares à Turquia para ajudar nos esforços de assistência e recuperação. Os Estados unidos, por sua vez, anunciaram um pacote inicial de 85 milhões de dólares para ajuda de emergência.

Cerca de 23 milhões de pessoas estão “potencialmente em risco, incluindo 5 milhões de pessoas vulneráveis”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que teme uma grave crise sanitária, com doenças que causariam ainda mais danos do que o terremoto.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que estava seguindo para a Síria. Quase no mesmo instante, as Nações Unidas anunciaram que o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários e coordenador dos serviços de emergência, Martin Griffiths, visitará as áreas afetadas no próximo fim de semana.

Na cidade turca de Antakya, os sobreviventes procuravam os corpos dos parentes mortos em um estacionamento transformado em necrotério improvisado. O terremoto de magnitude 7,8 aconteceu durante a madrugada de segunda-feira, quando muitas pessoas estavam dormindo nesta região, onde milhares de moradores já sofreram com perdas e tiveram que deixar seus lares devido à guerra civil da Síria.