O tempo muito seco e quente faz disparar o número de queimadas e incêndios no Cerrado. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o bioma somou 2.541 focos de calor nos primeiros quatro dias de setembro, sendo que 860 no dia 1º e 831 ontem. Embora alto, o número está dentro do que é normal para esta época do ano. Em agosto, o Cerrado teve 10.567 focos de calor, número inferior à média histórica mensal de 14.037.

Diferentemente da Amazônia, onde quase todos as queimadas são propositais e criminosas, o fogo no Cerrado por ter origem natural. Neste momento, incêndio de grandes proporções atinge o Parque Nacional de Brasília e mobiliza o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) desde o final da manhã desta segunda-feira.

O fogo se alastra pela vegetação e uma enorme nuvem de fumaça é vista de vários pontos da capital federal, informa o portal Metrópoles. Cinco viaturas e uma aeronave da corporação combatem as chamas no parque. A dimensão exata da área atingida ainda foi informada pelos bombeiros.

O número de focos de calor no Distrito Federal captados por satélites está elevado. Somente nos primeiros quatro dias deste mês, de acordo com o monitoramento do Inpe, foram 33 focos de calor. A média histórica mensal de setembro no DF é de 63 focos, ou seja, metade da média do mês já foi atingida apenas nos primeiros quatro dias de setembro. O pior setembro da série histórica ocorreu em 2010 com 204 focos de calor.

O ar tem estado muito seco em Brasília e nas demais cidades do Distrito Federal, como é comum nesta época do ano que marca o auge da estação seca. Ontem, domingo, a umidade relativa do ar desceu a apenas 12% em Águas Emendadas e no Gama. Brazilândia e Paranoá registraram 14%. Já a capital federal teve 18% de umidade.

Não bastasse o tempo muito seco, a temperatura tem estado alta. Os termômetros chegaram no domingo a 31,7ºC no aeroporto de Brasília e no Paranoá, 32,3ºC no Gama e 32,7ºC em Águas Emendadas. A combinação de calor, tempo muito seco e vento com vegetação muito seca torna o risco de incêndio crítico.

O mapa acima mostra o risco de incêndio na tarde desta segunda-feira no Centro-Sul do Brasil. Observa-se que o risco está em patamar extremo em quase todo o Centro-Oeste, incluindo a área de Brasília e do Distrito Federal.

A previsão para o Distrito Federal não é nada alentadora pois o quadro deve piorar ainda mais, uma vez que o tempo seco vai seguir predominando nos próximos sete a dez dias. Para piorar ainda mais a situação, a massa de ar quente vai ganhar muita força no final desta semana e na próxima semana com marcas à tarde extremamente altas que vão passar facilmente dos 35ºC, podendo atingir até 37ºC ou 38ºC em alguns pontos, no que devem ser os dias mais quentes de 2022 no Distrito Federal.