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Lajeado voltou a ficar abaixo d´água pela segunda vez em menos de três meses com a terceira maior cheia do Rio Taquari em um século | PREFEITURA DE LAJEADO

A cheia do Rio Taquari atingiu sua cota máxima no vale no começo deste domingo com um pico de 28,94 metros, confirmando o prognóstico da MetSul Meteorologia de que o máximo nesta enchente ficaria na faixa entre 28 metros e 30 metros. Trata-se da terceira maior cota já observada do Rio Taquari nos últimos cem anos.

O Rio Taquari chegou à cota de 28,94 metros no Porto de Estrela na leitura das 7h deste domingo, conforme o Serviço de Monitoramento Geológico Brasileiro (CPRM). Após, o nível estabilizou e começou a baixar lentamente.

O dado impressionante e notável é que das três maiores cotas do Rio Taquari nos últimos cem anos, duas das três maiores ocorreram apenas nesta primavera, no dia 5 de setembro (29,62 metros) e agora em 19 de novembro. A maior cheia segue sendo a de 1941 com máximo de 29,92 metros no Porto de Estrela.

Os três maiores picos de cheia da história do Vale do Taquari entre 1923 e 2023 têm em comum terem se dado durante episódios de El Niño. A enchente do outono de 1941, a maior da história do vale, ocorreu durante um episódio muito intenso (Super El Niño). Em setembro deste ano, o El Niño apresentava moderada intensidade. E, agora, o fenômeno no Oceano Pacífico está com forte intensidade.

Mas que duas das três maiores cheias em cem anos ocorram com 75 dias somente de diferença de um episódio para o outro é extraordinário do ponto de vista estatístico, observa a MetSul Meteorologia. Dificilmente, o El Niño explique sozinho que dois dos três maiores eventos em um século tenham ocorrido em tão curto intervalo.

Assim, entendemos que há componente de mudanças climáticas. Tanto em setembro como agora as enchentes se deram sob padrão de bloqueio atmosférico com ondas de calor extraordinárias no Centro do Brasil e análises preliminares indicam que tais ondas de temperatura alta se tornaram mais prováveis pelas mudanças no clima.

Usando métodos publicados e revisados por pares, cientistas do Brasil, Argentina, Holanda, Estados Unidos da América e Reino Unido da World Weather Attribution concluíram que as mudanças climáticas tornaram a onda de calor de setembro cem vezes mais provável. A onda de calor de novembro que recém está acabando fugiu ainda mais ao normal que a de setembro.

Confira as dez maiores cheias do Rio Taquari:

1 – 06/05/1941 – 29,92 metros

2 – 05/09/2023 – 29,62 metros

3 – 1873 – 28,97 metros

4 – 19/11/2023 – 28,94 metros

5 – 06/04/1956 – 28,86 metros

6 – 1912 – 27,87 metros

7 – 1928 – 27,45 metros

8 – 27/01/1946 – 27,40 metros

9 – 03/09/1954 – 27,40 metros

10 – 08/07/2020 – 27,39 metros

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