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Reino Unido teve o junho mais quente de sua série histórica enquanto o governo sofre forte pressão para medidas mais ambiciosas de enfrentamento das mudanças climáticas | NIKLAS HALLE’N/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O Reino Unido teve o junho mais quente já registrado, tanto em termos de temperatura média quanto de temperatura média máxima, informou o Escritório Meteorológico Britânico nesta segunda-feira. “A temperatura média de 15,8ºC em junho de 2023 no Reino Unido é a mais alta de uma série desde 1884”, disse o Met Office em um comunicado.

A temperatura média em junho de 2023 foi 0,9ºC superior ao recorde conjunto anterior de 14,9ºC registrado em junho de 1940 e 1976, segundo dados provisórios. “É oficialmente o junho mais quente já visto no Reino Unido”, disse Mark McCarthy, do Met Office.

Paul Davies, do Met Office, explica: “Descobrimos que a chance de observarmos um mês de junho batendo o recorde conjunto anterior de 1940/1976 de 14,9°C pelo menos dobrou desde a década de 1940″.

No dia mais quente de junho, a temperatura atingiu 32,2ºC, disse McCarthy. “O que impressiona é o calor persistente na maior parte do mês, com temperaturas amplamente em torno de 20ºC e até mesmo perto de 30ºC às vezes”, acrescentou.

Os quatro países que compõem o Reino Unido – Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte – também relataram “seu respectivo junho mais quente já registrado”, disse o Met Office.

Restrições de uso de água foram impostas em partes do Sudeste da Inglaterra em meio à demanda recorde por água potável. Enquanto isso, a Escócia colocou as regiões em alerta de escassez de água como resultado de preocupações com o nível da água em seus rios e lagos.

No ano passado, a Inglaterra teve seu verão mais quente já registrado, empatado com 2018, e o quarto mais quente de todo o Reino Unido, levando ao fechamento de escolas e cancelamentos de trens. As temperaturas máximas ultrapassaram os 40ºC pela primeira vez.

“Juntamente com a variabilidade natural, o aquecimento da atmosfera da Terra devido à mudança climática induzida pelo homem aumentou a possibilidade de atingir altas temperaturas recordes”, disse Paul Davies, do Met Office.

Mel Evans, chefe de clima do grupo de campanha ambiental Greenpeace do Reino Unido, disse que os recordes de temperatura estão “caindo como peças de dominó”, culpando os combustíveis fósseis pelo aquecimento global. Evans criticou o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, por estar “dormindo ao volante” e por não tomar medidas sobre as mudanças climáticas.

“Se as ondas de calor, as secas e os incêndios florestais que assolam o mundo não forem suficientes para tirar Sunak de sua complacência, as pessoas vão se perguntar o que diabos fará”.

O próprio órgão consultivo de Sunak sobre mudanças climáticas criticou na semana passada o governo pelo ritmo lento de sua transição para a energia limpa, alertando que o tempo estava se esgotando para atingir suas metas. Ele também perdeu seu ministro internacional do meio ambiente, Zac Goldsmith, que acusou Sunak de “apatia” em relação à política ambiental.