As queimadas no Sul da região amazônica e no Centro-Oeste do Brasil foram piores em setembro de 2020 que em setembro de 2019, quando o quadro de fogo já foi muito ruim. A imagem fala por si. A quantidade de monóxido de carbono na atmosfera que foi registrada em setembro deste ano pelo satélite Sentinel 5-P do consórcio europeu Copernicus foi muito superior à observada no mesmo período do ano passado. Chama a atenção na imagem os altíssimos índices de monóxido de carbono no Sudoeste do Mato Grosso e no Noroeste do Mato Grosso do Sul, logo na região do Pantanal que teve um mês de fogo excepcionalmente grave com severos prejuízos para a fauna e flora em meio a um grande estiagem.

ADAM Platform

O número de focos de calor no mês de setembro no bioma Amazônia de 32.017 ficou muito pouco abaixo da média histórica de 32.812, mas foi muito superior ao do mês de setembro do ano passado de 19.925, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. No estado do Amazonas, setembro terminou com 4.270 focos de calor, muito acima da média histórica mensal de 2.698, mas abaixo do recorde para o mês de 5.004 em 2015. No Pará, setembro teve 10.876 focos de calor, um número acima da média histórica do mês de 9.262, entretanto muitíssimo abaixo do recorde mensal do ano de 2007 de 22.055. O Acre teve focos de calor em número um pouco acima da média mensal em setembro, mas Rondônia ficou abaixo.

No bioma Pantanal, setembro foi dramático em termos de fogo. Foram contabilizados a partir de dados de satélite nada menos que 8.106 focos de calor, número muitas vezes acima da média histórica mensal de 1.944. Não apenas superou o recorde para setembro como ultrapassou com larga margem. O pior setembro até então era o de 2007 com 5.498 focos de calor. No estado do Mato Grosso, setembro teve 20.312 focos de calor, muito acima do registro de 2019 de 10.747 e igualmente muito acima da média mensal histórica de 14.022. Já no Mato Grosso do Sul, o número de focos de calor em setembro foi de 3.097, não muito superior aos 3.210 de setembro de 2019, mas bastante acima da média histórica mensal de 1.847.