A MetSul Meteorologia alerta que esta quarta-feira (27) é de alto risco meteorológico no Rio Grande do Sul. Um centro de baixa pressão vai avançar do Norte de Entre Rios e de Corrientes, na Argentina, para a região fronteira com o Uruguai e depois o Sul gaúcho. Este sistema de baixa será profundo e, sob uma atmosfera quente e úmida de ar tropical, deverá gerar chuva localmente muito forte e excessiva, além de estimular tempestades localizadas. O Estado está no começo de um longo período de enorme instabilidade. 

As áreas de maior risco são o Oeste e, especialmente, o Sul gaúcho, por onde avançará a área de baixa pressão. Cidades nestas regiões poderão experimentar chuva localmente intensa com volumes muito altos, de 50 a 100 mm, em curto período, não se afastando marcas muitos isoladas de 100 mm a 200 mm em menos de seis horas, o que poderá gerar alagamentos e inundações repentinas, além de outros transtornos. Há potencial pra temporais isolados de vento forte. Veja nos mapas como a intensa instabilidade acompanhará o deslocamento do centro de baixa pressão.,

Nas demais regiões, onde o sol aparece em meios às nuvens em parte do dia com calor e abafamento, a pressão atmosférica baixa, perto de 1000 hPa, combinada com ar quente e úmido, deve favorecer a formação de áreas de instabilidade que trarão chuva mais irregular, mas que, isoladamente, poderá ser forte a torrencial com altos volumes localizados em curto período. Da mesma forma, a soma de ar quente e baixa pressão poderá gerar tempestades isoladas fortes de vento e granizo. 

Ciclone bomba?

Alguns meios de comunicação têm noticiado, sem identificar fonte na informação que seja profissional na área meteorológica, que este centro de baixa pressão que avançará pelo Oeste e o Sul gaúcho nesta quarta daria origem a um ciclone bomba. A MetSul informa que não há o menor fundamento em tal previsão. 

Uma bomba meteorológica ou ciclone bomba se trata de um centro de baixa pressão que passa por rápido aprofundamento e cuja pressão atmosférica central declina 24 hPa (hectopascais) em um intervalo mínimo de 24h. Este centro de baixa ingressará pelo Oeste gaúcho com 1001 ou 1002 hPa e estará no Sul gaúcho e na costa do Litoral Sul depois com 998 ou 999 hPa. O aprofundamento será discreto e não deve ser superior a 5 hPa, logo muito distante de uma queda de 24 hPa para a classificação de um ciclone bomba.  Não será, assim, uma ciclogenese explosiva, até porque não haverá encontro de massas de ar frio e quente que pudesse gerar um intensificação explosiva. 

Quinta também terá muita instabilidade

Na quinta-feira, a instabilidade maior deve se concentrar do Centro para o Norte do Rio Grande do Sul com muita chuva em alguns pontos e temporais isolados. Porto Alegre e região têm risco de chuva localmente forte e volumosa hoje e, principalmente, amanhã. A possibilidade de repetição de temporal com vento, como ontem, não é afastada.