André Haar

Áreas de instabilidade trouxeram chuva para grande parte do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (26) e Porto Alegre chegou a ter temporal com transtornos. A MetSul enfatiza que hoje é apenas o começo de uma longa sequência de dias de instabilidade que vai trazer volumes muito altos de chuva e temporais frequentes.

O temporal em Porto Alegre chegou por volta das 14h desta terça. O tempo mudou muitíssimo rapidamente na Capital. Em questão de apenas 20 minutos, o sol deu lugar à chuva e raios com fortes rajadas de vento sob nuvens muito escuras e carregadas que avançaram sobre a cidade.

A chuva não foi volumosa. Pelo contrário, em muitos bairros da Capital teve baixos acumulados. Em pontos das zonas Sul e Leste da cidade, a precipitação ficou abaixo de 5 mm. Onde mais choveu foi do Centro para o Norte de Porto Alegre com registros próximos ou acima de 15 mm.

O destaque do temporal foi o vento. As rajadas foram fortes na chegada das nuvens escuras que precederam a chuva. O vento chegou a 45 nós ou 83,4 km/h no Aeroporto Salgado Filho. A ventania levantou uma nuvem de poeira na zona Norte da Capital.

O temporal deixou dezenas de milhares de pessoas sem luz e água em Porto Alegre e cidades vizinhas. Conforme a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), pelo menos dez redes alimentadoras de energia chegaram a ficar fora de operação, prejudicando 95 mil clientes que ficaram sem luz, mais de 300 mil pessoas. A EPTC registrou diversas ocorrências de semáforos fora de operação devido à falta de luz e ainda uma queda de árvore no bairro Menino Deus. 

O que ocorreu hoje em Porto Alegre pode se repetir nos próximos dias em outras cidades do Estado. Até o começo de fevereiro todos os dias devem ter ocorrências de Chuva localmente forte a intensa com temporais isolados de vento e ocasional granizo.  

Enfatizamos que os temporais e episódios de chuva forte serão diários, mas que isso não significa que uma cidade em particular terá temporal todos os dias até o início de fevereiro. Em determinado dia, a instabilidade será mais forte numa região e em outros em áreas diferentes. Nesta quarta (27), por exemplo, a MetSul está alertando que devido à atuação de um centro de baixa pressão, o Oeste, a Campanha e o Sul gaúcho são as regiões de maior risco no Estado, podendo ter chuva muito volumosa e tempestades.

Os acumulados de chuva que são indicados para os próximos dez a quinze dias no território gaúcho são por demais elevados com marcas excepcionalmente altas de precipitação em algumas regiões, em um padrão que não é típico do verão no Rio Grande do Sul e sim dos meses de inverno e primavera, quando são habituais períodos de chuva. Algumas cidades podem ter em apenas poucos dias a média histórica de chuva do verão inteiro, ou seja, três meses.