Uma célula de tempestade avançou entre a tarde e a noite de ontem pelo Leste do Rio Grande do Sul com chuva localmente forte a intensa, rajadas de vento que chegaram a 97 km/h em Jaguarão e temporais de granizo de variado tamanho.
As pedras de granizo foram médias a grandes acompanhando a célula de tempestades em municípios como Rio Grande, Porto Alegre (área de Itapuã) e em Viamão. De início, a célula atingiu o Sul do estado e avançou pela Lagoa dos Patos até atingir o extremo Sul da capital e depois Viamão.
O que mais impressionou, entretanto, foi a enorme ocorrência de raios acompanhando a nuvem de tempestades isolada que se deslocou pela lagoa até o setor Sul da área metropolitana de Porto Alegre.
De todos os pontos da região metropolitana podia se observar a nuvem localizada que produzia uma alta frequência de descargas atmosféricas, a maioria nuvem-nuvem, no final da quinta-feira.
De acordo com o levantamento da MetSul Meteorologia, a partir de dados do sensor GLM (Global Lightning Mapper) do satélite GOES-16 da NOAA/NASA, a área da Lagoa dos Patos, no Leste do estado, foi a região com maior incidência de descargas. O sensor captou 9.056 raios sobre a lagoa.
Já o ranking dos municípios gaúchos que tiveram o maior número de raios aponta Viamão (1.210), Palmares do Sul (1.192), Mostardas (1.165), Camaquã (762), Arambaré (661), Tapes (464), Barra do Ribeiro (421), Santo Antônio da Patrulha (363), Gravataí (348) e Glorinha (309).
A formação que causou a grande tempestade de raios foi de caráter isolado, o que fez com que algumas localidades registrassem granizo até grande e pontos próximos sequer tenham tido chuva.
IMAGEM | Time lapse (video em velocidade acelerada) da nuvem de tempestade isolada com muitos raios da ultima noite em Porto Alegre e região metropolitana. 📷 @lucas_g_wendt pic.twitter.com/F8YQUofpFh
— MetSul.com (@metsul) January 3, 2025
Estas nuvens de grande desenvolvimento vertical que se formam em dias de forte calor com abundante umidade, como era o caso da tempestade de ontem, são capazes de gerar grande número de raios.
Por isso, estas ocorrência de nuvens localizadas com alta incidência de descargas são comuns no verão enquanto no inverno eventos de muitos raios costumam acompanhar sistemas organizados de grande escala de instabilidade como frentes frias, frentes quentes e centros de baixa pressão.
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