Volumes muito altos de chuva ou excessivos são antecipados na soma dos próximos dez dias para os extremos Norte e o Sul do Brasil. O cenário é mais preocupante no Sul do país, onde a chuva já vem forte há dias e com acumulados excessivos a extremos, o que provoca já enchentes no Rio Grande do Sul com tendência de piora da situação.
O mapa acima mostra a projeção de chuva para dez dias do modelo meteorológico europeu de 29 de abril a 9 de maio, disponível ao assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas. Como se observa no mapa, a chuva terá acumulados altos em diferentes locais do Norte, do Nordeste e do Sul na soma do período de dez dias.
No Norte, a chuva será tipicamente decorrente da umidade do ar tropical quente e úmido, sobretudo sobre a floresta amazônica. Pode chover muito no Amapá, Pará, Amazonas e Roraima, inclusive forte em diferentes pontos da Região Norte. No Amapá e em Roraima, os acumulados de precipitação podem ser significativamente altos em diferentes cidades por influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), em torno do equador.
Volumes altos são projetados ainda para áreas costeiras mais ao Norte do Nordeste do Brasil, em particular do Maranhão, Piauí e Ceará. Trechos do litoral de Sergipe e Alagoas também podem experimentar alguns períodos de chuva mais forte nos próximos dez dias. Na maior parte do interior do Nordeste, chove pouco ou nada. O Oeste da Bahia, em particular, estará mais seco pela influência da grande massa de ar seco e quente no Centro do Brasil.
No Centro-Oeste, os próximos dez dias devem ter pouca chuva por conta justamente do padrão de bloqueio atmosférico associado à poderosa e excepcionalmente forte massa de ar seco e quente sobre o Brasil Central. Onde mais deve chover será no Norte do Mato Grosso e no extremo Sul-Sudeste do Mato Grosso do Sul. Em Goiás, a chuva será muito escassa.
O panorama é muito semelhante para o Sudeste do Brasil com chuva escassa ou com volumes baixos na maior parte da região, também por influência da enorme e por demais intensa massa de ar quente e seco no Centro do país que é muito incomum nesta época do ano e trará temperaturas jamais vistas em maio agora no começo do mês. Muitas áreas do Sudeste sequer devem ter chuva nos próximos dez dias, como já se estivesse em andamento a estação seca, uma vez que estarão no centro da bolha de calor.
No Sul do Brasil, o contrário. É excesso de chuva. Exceção do Paraná, a previsão é de muita chuva no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina. O cenário preocupa mais no Rio Grande do Sul porque vai seguir chovendo muito, o que vai agravar as enchentes e inundações.
O bloqueio da massa de ar seco e quente no Centro do Brasil contribui para que a instabilidade fique retida na região que está entre o ar quente do Norte e uma massa de ar frio na Argentina, gerando frequente e intensa instabilidade. Como o bloqueio seguirá, pode chover na grande maioria ou quiçá todos os dias no Rio Grande do Sul até 10 de maio.
Em alguns dias a chuva será menos forte e mais limitada a algumas cidades e em outros será mais forte e mais ampla, alcançando mais municípios. Uma frente fria reforçará a instabilidade no Rio Grande do Sul nesta quarta (1) e na quinta (2), e no final da semana um centro de baixa pressão volta a intensificar a chuva em parte do estado.
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