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Volumes muito altos de chuva a localmente extremos são esperados nos próximos dez dias no Sul do Brasil e no estado de São Paulo em condição que foge muito à climatologia média histórica dos primeiros dez dias de outubro. Os desvios em relação ao padrão histórico devem ser mais notáveis no estado paulista, uma vez que recém começa a transição do final da estação seca no Brasil. Já as situações de maior risco se concentram em Santa Catarina e no Paraná.

O mapa acima mostra a projeção de chuva para dez dias do modelo meteorológico europeu, disponível ao assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas. Como se observa no mapa, há indicativo de chuva muito volumosa no período entre o Sul do país e o estado de São Paulo.

A Região Norte está fora do período mais chuvoso do ano que se denomina de inverno amazônico, período do calendário em que há uma maior concentração das chuvas que vai de dezembro até meados de maio, e que normalmente concentra 60% a 70% da precipitação do ano. Parte da região, inclusive, sofre com seca grave por conta do fenômeno El Niño que deixa quase todas as cidades do estado do Amazonas em situação de emergência.

Com isso, os volumes de chuva diminuem na maior parte do Norte do Brasil, mas não deixa de chover. Os mais altos acumulados de precipitação na região nos próximos dez dias tendem a se concentrar no Oeste do Amazonas enquanto na maior parte do Norte do Brasil as pancadas são apenas isoladas e os acumulados de precipitação no período baixos.

Na Região Nordeste, a chuva será escassa na maior parte da região nos próximos dez dias. Haverá pancadas isoladas e passageiras, entretanto a chuva será muito mal distribuída e na maior parte da região nordestina a precipitação será escassa. Muitas áreas não devem ter sequer chuva nos próximos dez dias, como grande parte do estado do Piauí.

Já no Centro-Oeste do Brasil, ar tropical quente e úmido vai favorecer chuva em grande parte da região com temporais isolados na maioria das áreas nos próximos dias. Chuva, embora mal distribuída, será frequente e com volumes localmente elevados em situação mais parecida com novembro que o começo do mês de outubro. A chuva deve ser até abundante em alguns pontos.

No Sudeste, parte da região terá muita chuva nos próximos dez dias e com excessos em vários pontos, sobretudo em São Paulo, Sul de Minas Gerais e no Triângulo Mineiro. Vai chover todos os dias no Sudeste, mas não significa que vai chover todos os dias numa cidade em particular. As precipitações tendem a ser dispersas, embora alcançando um grande número de localidades. Em alguns pontos, a chuva pode ser por vezes intensa acompanhando temporais.

São Paulo é um caso especial. Espera-se muita chuva no território paulista no período dos próximos dez dias. Grande número de cidades paulista, incluindo a capital, deverá superar a média histórica de chuva de outubro inteiro ainda nesta primeira metade do mês. Vários pontos do estado de São Paulo devem ter 100 mm a 200 mm nos próximos dez dias com marcas em alguns municípios até acima de 200 mm, o que é demais para os padrões desta época do ano.

Na Região Sul, situação de alerta. Os dados indicam muita chuva na Metade Norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná com 100 mm a 200 mm em um grande número de municípios nos próximos dez dias Haverá várias localidades em que a chuva no período deve passar de 200 mm e em algumas é possível que supere os 300 mm.

A chuva terá os maiores volumes em dois momentos nestes primeiros dez dias de outubro no Sul do Brasil. O primeiro agora na metade da semana, quando uma área de baixa pressão avança do Nordeste da Argentina para a região e se organiza uma frente fria. O segundo na sexta-feira e no próximo fim de semana.

Os altos acumulados de precipitação podem levar a cheias em vários rios catarinenses, como o Rio do Peixe e o Itajaí-Açu. No Paraná, a bacia do Iguaçu deve receber muita água e mais tarde neste mês as cataratas devem apresentar vazão extraordinariamente elevada. Muita chuva na Metade Norte gaúcha pode levar a novas cheias de rios que cortam os vales. São esperadas quedas de barreiras e é alta a probabilidade de deslizamentos de terra, em especial em Santa Catarina.