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O começo desta quinta-feira registrou um dos mais intensos e prolongados nevoeiros deste ano em Porto Alegre e região metropolitana. No Aeroporto Salgado Filho, o nevoeiro persistiu por quase oito horas seguidas. O primeiro registro de visibilidade abaixo de 1000 metros (o que caracteriza o fenômeno) se deu no meio da madrugada, às 3h09, mas desde a meia-noite já havia presença de neblina (restrição de visibilidade acima de 1000 metros) no aeroporto.

No final da manhã, perto das 11h, as nuvens baixas sobre a cidade começaram a se dissipar e o sol apareceu. O último reporte de nevoeiro no Aeroporto Salgado Filho foi às 10h, mas em vários pontos da capital a cerração somente começou a dar lugar ao sol ao redor das 11h. No momento de menor visibilidade no aeroporto, registrado entre 5h e 6h da manhã, ela era de apenas 200 metros.

O nevoeiro foi mais denso na base aérea, em Canoas. A visibilidade desceu a apenas 100 metros entre 6h e 8h da manhã de hoje. Na base, a cerração somente começou a se dissipar também perto das 11h. No final da manhã, embora o retorno do sol, ainda havia presença de neblina na área com visibilidade às 11h de 1200 metros. Ao meio-dia, a neblina persistia com aumento da visibilidade horizontal para 1800 metros.

Em outros pontos da Grande Porto Alegre e também no interior gaúcho se registrou nevoeiro em vários pontos na madrugada e no amanhecer desta quinta-feira. Em Pelotas, no aeroporto, registrou-se visibilidade de apenas 100 metros. No aeroporto de Santo Ângelo, nas Missões, a visibilidade no começo da madrugada de hoje era de 500 metros. Em algumas cidades, como em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, a cerração já era densa desde a noite da quarta-feira.

O nevoeiro foi favorecido por um centro de alta pressão de 1020 hPa sobre o Oceano Atlântico, na altura da costa do Rio Grande do Sul. Quando as áreas de alta pressão estão sobre o mar, a probabilidade de formação de nevoeiro aumenta muito no estado gaúcho porque o ar frio passa a ser mais úmido, como era o caso no final da quarta-feira e no começo do dia de hoje.

Esta é a época do ano com maior incidência de nevoeiro no Rio Grande do Sul. Um estudo da Força Aérea Brasileira (FAB) da frequência do fenômeno no Aeroporto Salgado Filho, realizado entre os anos de 1998 e 2006, de autoria de Luiz Alexandre Fragozo de Almeida, mostrou que os meses da segunda metade do outono e do inverno são os de maior incidência do fenômeno no aeródromo.

Os três meses com maior frequência de cerração no período de estudo, de acordo com a pesquisa publicada pela FAB, foram junho com 63 dias, maior com 56 e julho com 48. Na sequência, aparecem abril com 33 dias, setembro com 18 e março com 12. O período de novembro a fevereiro tem muito baixa incidência do fenômeno.