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Sigma. Lota. Mu. Nu. Não parece uma boa forma de identificar tempestades. Além de difícil assimilação pelo público. E mais prejudicam que servem ao interesse público. 

Por isso, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) decidiu pelo fim do uso do alfabeto grego para nomear os ciclones tropicais. Segundo a agência climática da ONU, o sistema acaba mais atrapalhando do que ajudando.

Os ciclones tropicais (furacões, tufões, etc.) recebem nomes para que o público em geral possa distinguir um sistema do outro quando há vários deles numa mesma região ao mesmo tempo. Da mesma forma, os nomes auxiliam na memória histórica. 

Os nomes dados aos ciclones tropicais são retirados de listas. Essas, variam conforme o local de formação e são definidas com anos de antecedência. Os sistemas mais severos possuem nomes únicos porque deixam de ser usados posteriormente em razão dos seus graves impactos. 

Se houver mais de 21 tempestades nomeadas no Oceano Atlântico ou mais de 24 no Oceano Pacífico Leste, na área de competência do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), eram usadas letras do alfabeto grego para identificar os ciclones tropicais. Isso só aconteceu duas vezes. Nos anos de 2005 e 2020. A temporada de furacões no Atlântico do ano passado foi a mais ativa já registrada. 

Confusão e incompreensão 

Em 2006, o comitê concordou que não era prático retirar os nomes gregos porque eles eram usados com pouca frequência.

Agora, devido a duas tempestades, Eta e Iota, que atuaram com menos de duas semanas de intervalo durante novembro de 2020 na mesma área da costa da Nicarágua, ao Sul de Puerto Cabezasa, a OMM reconsiderou essa questão.

Juntas, as tempestades mataram 272 pessoas e causaram danos de 9 bilhões de dólares em toda a América Central. Assim, devido à severidade destas tempestades, a reutilização desses nomes foi considerada inapropriada.

Soma-se o fato de que o uso do alfabeto grego dá muito foco ao nome e tira a atenção dos impactos. Ainda, a tradução para outras línguas gera confusão. E, se não bastasse, a pronúncia de várias letras é muito parecida, o que fez com que a melhor opção fosse cancelar o uso desse alfabeto.

E se a lista de nomes de pessoas voltar a ser insuficiente? 

Os membros do Comitê de Furacões da OMM concordaram em criar uma lista suplementar de nomes que iniciam com as letras indo de A até Z.

A nova lista será usada no lugar do alfabeto grego quando a lista padrão previamente elaborada se esgotar em uma determinada temporada. Os nomes nesta lista podem ser retirados e substituídos, quando necessário.