Várias explosões no Sol nesta semana desencadearam quatro rajadas de plasma da coroa solar em direção à Terra, alertas cientistas especialistas em tempo espacial. Estas rajadas de plasma, conhecidas como ejeções de massa coronal, podem se consolidar em uma ejeção de grande escala que será capaz de desencadear uma forte tempestade geomagnética e auroras em latitudes médias nos dois hemisférios.
A tempestade solar pode gerar atividade geomagnética ainda capaz de perturbar as comunicações de rádio e os serviços de navegação GPS, embora esta tempestade possa ser forte o suficiente apenas para produzir auroras boreais (Hemisfério Norte) e austral (Sul).
A explosão mais forte no Sol foi observada na terça-feira pelo satélite Solar Dynamics Observatory, da NASA. A explosão ficou um pouco abaixo da categoria X, a categoria mais forte na escala de explosão solar. Produziu um pulso de radiação extrema que “apagou as comunicações de rádio de ondas curtas através do Oceano Pacífico Sul e partes das Américas por até uma hora”, de acordo com site SpaceWeather.com.
Os impactos das explosões solares na Terra são quase imediatos, com explosões de radiação eletromagnética geralmente chegando em cerca de oito minutos, enquanto as ejeções de massa coronal normalmente levam de dois a três dias para alcançar o nosso planeta.
O Centro de Previsão de Tempo Espacial da NOAA (SWPC) emitiu um alerta na quarta-feira para uma tempestade geomagnética G3 que deve chegar na sexta-feira. A ejeção maior desencadeada pela explosão solar de terça-feira pode alcançar algumas outras que ocorreram antes, potencialmente combinando-se em uma única que astrônomos descrevem como “canibal”.
As tempestades G3, descritas como “fortes” na escala de tempestades geomagnéticas que vai de 1 a 5 da NOAA, trazem o potencial de interrupção intermitente da navegação por satélite e das comunicações de rádio de alta frequência, bem como de geração de auroras fora das regiões polares.
No início deste mês, uma tempestade geomagnética G3 produziu cores vibrantes visíveis a olho nu perto da fronteira entre Estados Unidos e o Canadá e aparecendo como um brilho fraco no extremo sul, no Texas e na Carolina do Norte. Foi observada ainda em vários países europeus, na Austrália e Nova Zelândia.
O atual ciclo solar está perto do seu pico, o que explica uma maior frequência destas tempestades solares. Mas o que é um ciclo solar? Nosso sol é uma enorme bola de gás quente eletricamente carregado. Este gás carregado se move, gerando um poderoso campo magnético.
O campo magnético do sol passa por um ciclo, chamado ciclo solar. A cada 11 anos ou mais, o campo magnético do sol muda completamente. Isso significa que os polos Norte e Sul do Sol trocam de lugar. Em seguida, leva cerca de 11 anos para os polos Norte e Sul do Sol se inverterem novamente.
O ciclo solar afeta a atividade na superfície do Sol, como manchas solares causadas pelos campos magnéticos do Sol. À medida que os campos magnéticos mudam, também muda a quantidade de atividade na superfície. Uma maneira de acompanhar o ciclo solar é contando o número de manchas solares. O início de um ciclo solar é um mínimo solar, ou quando o Sol tem menos manchas solares. Com o tempo, a atividade solar – e o número de manchas solares – aumenta. O meio do ciclo solar é o máximo solar, ou quando o sol tem mais manchas solares. Quando o ciclo termina, ele volta ao mínimo solar e então um novo ciclo começa.
Erupções gigantes no sol, como prominências solares e ejeções de massa coronal, também aumentam durante o ciclo solar. Essas erupções enviam rajadas poderosas de energia e material para o espaço. Esta atividade pode ter efeitos na Terra. Por exemplo, as erupções podem causar luzes no céu, chamadas auroras, ou impactar as comunicações de rádio. Erupções extremas podem até afetar redes elétricas na Terra.
Alguns ciclos têm máximos com muitas manchas solares e atividade. Outros ciclos podem ter poucas manchas e atividade. Os cientistas trabalham duro para melhorar a capacidade de prever a força e a duração dos ciclos solares. Essas previsões podem ajudá-los a prever essas condições solares, chamadas de tempo espacial.
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