A região do Chifre da África enfrenta as piores condições de seca desde 1981. Um levantamento recente indica que a estiagem causa fome em 13 milhões de pessoas na Etiópia, no Quênia e na Somália. A extrema falta de chuva destruiu plantações e provocou alta mortalidade animal, o que obrigou famílias rurais – que vivem da pecuária e da agricultura – a abandonarem suas casas e os conflitos entre as comunidades já aumentaram.

“A água e as pastagens são cada vez mais escassas e as previsões de chuvas estão abaixo da média para os próximos meses, o que aumenta a miséria”, disse Michael Dunford, diretor regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para a África Oriental.

Unicef

A ajuda alimentar é distribuída em uma faixa árida do Quênia, Etiópia e Somália, onde as taxas de desnutrição são elevadas e quase 13 milhões de pessoas correm o risco de passar fome no primeiro trimestre de 2022. Quase 5,7 milhões de pessoas precisam de comida no sul e sudeste da Etiópia, incluindo meio milhão de crianças e mães desnutridas.

Na Somália, o número de pessoas classificadas sob risco de fome severa aumentará de 3,5 milhões a 4,6 milhões até maio desse ano, a menos que medidas urgentes sejam adotadas. No sudeste e norte do Quênia, onde se declarou situação de emergência relacionada com a seca de setembro de 2021, outros 2,8 milhões de pessoas precisam de algum tipo de suporte.

A população desses países sofre com a alta no preço dos alimentos, inflação, baixa demanda de trabalhos no setor agrícola e altos índices de desnutrição. O programa das Nações Unidas tem levado assistência alimentar nos três países, além de suporte financeiro para muitas famílias.

Unicef

A meta da ONU é reverter e evitar situação vivida pela Somália em 2011, quando 250 mil pessoas morreram de fome. Para isso, o PMA diz que são necessários 327 milhões de dólares para ajudar 4,5 milhões de pessoas até maio.

A agência das Nações Unidas calcula que 20 milhões de pessoas na Etiópia, Eritreia, Quênia e Somália precisem de água e de comida nos próximos meses. A maioria são crianças, que estão “pagando o preço dessas crises”, segundo o Unicef. No momento, 5,5 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda e 1,4 milhão de desnutrição severa.