Nesta segunda semana de fevereiro de enorme amplitude térmica, em que a mínima baixou de 5°C na terça-feira e a máxima poderá ser quase 40°C na quinta-feira no Rio Grande do Sul, a instabilidade poderá ser o presente para encerrar o período. O Estado vive uma severa estiagem com praticamente 400 municípios em situação de emergência. Por isso, falar de chuva na previsão do tempo é a melhor notícia! Entretanto, é preciso lembrar que estamos no verão, período em que a irregularidade na distribuição da chuva é uma característica da época mesmo nas condições mais favoráveis à chuva mais ampla.
No campo de água precipitável do modelo americano é possível observar a mudança no padrão atmosférico desta quarta-feira, 9, até o final da semana, quando o canal de umidade que “alimenta” a ZCAS (Zona de convergência do Atlântico Sul) sobre o Sudeste se divide em dois com o primeiro se mantendo sobre parte do Centro do país e outro escoando em direção ao Sul do continente. Esse corredor de umidade irá auxiliar na formação de uma nova frente fria que deverá instabilizar o tempo no Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai durante o fim de semana. Na medida em que o corredor de umidade se divide reduz um pouco a tensão de chuva sobre o Sudeste que apesar disso poderá ter chuva forte também no fim de semana.
O volume de precipitação acumulada nos próximos sete dias, conforme a projeção dos modelos ICON, ECMWF e CMC, terá solução semelhante entre o europeu e canadense com maiores acumulados no setor Leste do Sul do país. Enquanto que o modelo alemão (ICON) concentra mais a chuva entre o Uruguai e o Sul do Estado, ou seja, divergem um pouco sobre a área que poderá ter acumulado maior. Por outro lado, dá pra dizer que há consenso e que o Oeste do Sul do país, de uma forma geral, tende a ter pouca ou nada de chuva até meados do mês de fevereiro, ou seja, a estiagem segue sem trégua na região.
Por outro lado, é importante ressaltar que a instabilidade virá após um período de forte aquecimento o que eleva o risco para temporais que, muitas vezes de forma isolada e pontual, pode gerar acumulados altos de precipitação até mesmo com transtornos. Esses acumulados extremos associados a temporais não são captados por modelos matemáticos de menor resolução e são mais “previsíveis” em detalhamento no curto/curtíssimo prazo, na escala de horas de antecedência.