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Fumaça levou qualidade do ar a níveis péssimos em Manaus | RAPHAEL ALVES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O mês sequer está em sua metade e o estado do Amazonas já registra o outubro com mais queimadas desde o começo das medições por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em 1998. O número de focos de calor nestas duas primeiras semanas de outubro está muitíssimo acima do normal.

De acordo com os dados do Inpe, o número de focos de calor observados no estado do Amazonas pelo monitoramento de satélites entre os dias 1º e 11 de outubro foi de 2.704. O número supera o recorde estadual para outubro de 2.409, em outubro de 2009 e está muito acima da média histórica mensal 1998-2022 de 1.313 focos de calor.

Setembro já tinha sido um mês com números excepcionalmente altos de queimadas no estado do Amazonas. O monitoramento por satélites do Inpe mostrou que no último mês o Amazonas teve 6.991 focos de calor, o segundo pior setembro já observado em queimadas, apenas atrás de setembro de 2022 com 8.659 focos de calor. Setembro de 2023, assim, teve mais que o dobro da média histórica mensal de focos de calor que é de 3.003.

Os piores dias de queimadas neste mês no estado do Amazonas até agora foram o domingo (8) e a terça-feira (10). No domingo, o monitoramento do Inpe apontou em único dia 656 focos de calor no estado. Na terça, segundo pior dia de fogo até agora neste outubro, foram 504 focos de calor.

 

A imagem de satélite abaixo de profundidade óptica de aerossóis divulgada pela NOAA, a agência de tempo e clima dos Estados Unidos, mostra a densa fumaça gerada no estado do Amazonas em consequência do elevado número de queimadas neste mês de outubro.

Ontem, a qualidade do ar atingiu níveis perigosamente ruins e insalubres na cidade de Manaus com fumaça muito densa das queimadas. As autoridades dizem que a fumaça se origina dos municípios do Careiro e Autazes e é causada por agropecuaristas que promovem queimas ilegais. Dados do começo da manhã deste feriado mostram que a qualidade do ar segue péssima e em níveis nocivos à saúde.

Moradores da cidade relataram vários problemas de saúde por efeito da fumaça como falta de ar, tontura e sensação de queimação nos olhos. As aulas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) chegaram a ser suspensas pela péssima qualidade do ar.