A seca deixa irreconhecível um dos paraísos ecológicos do Rio Grande do Sul e uma das regiões do Brasil de maior diversidade de ecossistema e natural. A prolongada e severa estiagem transformou a paisagem do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, na região dos municípios de Tavares e de Mostardas, no Leste gaúcho.

O Parque Nacional da Lagoa do Peixe exibe habitualmente, sob condições climáticas normais, uma paisagem impressionante e didática: é um exemplo concreto da conexão e dependência entre diferentes ambientes como restingas, banhados, campos alagáveis, campos de dunas, lagoas e lagunas, praias e uma pequena porção de área marinha.

A seca, contudo, fez com que o nível das águas baixasse muito na região, açudes e sangas secam e muitas áreas de banhados que normalmente estariam cobertas de água hoje apresentam apenas terra e solo rachado pelo tempo predominantemente seco e quente. As fotografias de Rosinara Ferreira mostram os impactos da seca no paraíso ecológico do Rio Grande do Sul.

A seca afeta o ecossistema local que é crucial no processo de migração de várias espécies que percorrem enormes distâncias no continente americano e chegam até o parque. O conjunto de habitats abriga mais de 270 espécies de aves, das quais 35 são visitantes. Os ecossistemas presentes na estreita faixa de terra e água, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, apresentam características que conferem à região características únicas não encontradas em nenhum outro lugar do planeta, de acordo com o ICMBio.

O Parque Nacional da Lagoa do Peixe é uma unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na península da Lagoa dos Patos.

Reconhecido internacionalmente, o parque tem mais de 270 espécies de aves registradas, como o cisne de pescoço preto, o coscoroba, talha-mar e maçaricos, entre outras. A ave símbolo do parque, o flamingo, vem do Chile todos os anos, no inverno, em busca de descanso e alimento.

Diferentes espécies viajam milhares de quilômetros para encontrar no ecossistema litorâneo do parque conforto e alimento. É o caso do maçarico-de-bico-fino. A ave deixa o Norte da Groelândia, no Ártico, para habitar as terras brasileiras. Já a batuíra-de-bando sai do Canadá e do Alasca para chegar ao Brasil e no seu destino final o parque.

Migratórias ou residentes na região, as aves alimentam-se dos diversos microorganismos que vivem na lagoa e encantam a população local e turistas com sua beleza e hábitos de vida. O precioso ambiente contido dentro da unidade de conservação é protegido por lei, que proíbe práticas de exploração comercial no local.