O Rio Grande do Sul teve nesta quarta-feira um dia escaldante. Confirmando os prognósticos da MetSul Meteorologia, a temperatura passou dos 40ºC em diversos setores da Metade Oeste gaúcha com registros até de 41ºC.

Hoje, na rede oficial do Instituto Nacional de Meteorologia, as máximas chegaram a 40,7ºC em Quaraí, 40,2ºC em São Borja, 40,0ºC em Uruguaiana, 39,9ºC em São Luiz Gonzaga, 39,5ºC em Alegrete, 38,2ºC em Teutônia, e 38,0ºC em São Gabriel, Livramento e Rio Pardo.

Entre as estações particulares, a tarde de hoje teve 41,5ºC em Porto Xavier, 40,0ºC em Rio Pardo e Bagé, 39,8ºC em Teutônia, 39,0ºC em Venâncio Aires, 38,9ºC em Herval, 38,8ºC em Lajeado, 38,3ºC em Cachoeira do Sul, Bossoroca e Itaqui, e 38,2ºC em Rosário do Sul.

Na Grande Porto Alegre, a temperatura máxima chegou a 37,5ºC em Campo Bom. As estações meteorológicas indicaram ainda 36,2ºC em São Leopoldo, 35,1ºC em Parobé e 34,6ºC em Gravataí. Na capital, máximas de 35,8ºC no Jardim Botânico e 32,5ºC em Belém Novo.

Aumento de nuvens e chuva em muitos locais nesta quinta devem impedir a repetição nesta quinta do calor extremo de hoje. Em diversas cidades, as máximas devem ser 5ºC a 10ºC mais baixas que as de hoje. A sensação de abafamento, porém, será acentuada pela maior umidade.

O calor retoma a sua escalada na sexta-feira. A tarde da sexta terá máximas perto ou de até 40ºC no Oeste gaúcho. No sábado, o calor aumenta ainda mais com marcas ao redor ou acima de 40ºC em pontos do Oeste e da fronteira com o Uruguai. No Centro gaúcho e nos vales, máximas de 37ºC a 39ºC.

O domingo deve ser ainda pior com máximas mais altas na maior parte do estado, com marcas ao redor e acima de 40ºC em pontos do Oeste, Noroeste, Centro do estado, vales e na Grande Porto Alegre. No Oeste, possibilidade de máximas de 40ºC a 42ºC.

Na Grande Porto Alegre, o pior do calor vai ocorrer no fim de semana e no começo da semana. As máximas na região metropolitana devem ficar perto ou acima de 40ºC no domingo, na segunda e talvez ainda na terça-feira, os três piores dias de calor desta sequência escaldante.

Calor favorece incêndios

O calor muito intenso associado à estiagem favorece incêndios em vegetação no Rio Grande do Sul. Incêndio de grandes proporções atinge há dois dias uma área vegetal no município de Pedras Altas, na região Sul do Estado, no limite com a cidade de Candiota. As chamas consomem uma extensão considerável de área de floresta de eucaliptos pertencente à empresa CMPC.

Incêndio enorme consome área de pinus no Sul gaúcho | MAGNO MIRANDA

Até o momento, não há registro de pessoas ou animais feridos, mas as altas temperaturas e falta de chuvas prejudicam o combate ao fogo, que tende a continuar. No enfrentamento do fogo, são usados três helicópteros da empresa. Moradores e produtores da região, com tratores e máquinas, assustados como alastramento das chamas, apoiam as operações.

“A situação está bem crítica. Estamos pedindo ajuda das prefeituras e do governo estadual para que isso aqui não aumente ainda mais”, lamentou Magno Miranda, que reside nos arredores, estava na mata auxiliando nos trabalhos e conversou com a reportagem do Correio do Povo.

Salto no número de queimadas no Sul gaúcho

Apenas em janeiro, das 410 ocorrências atendidas pelos bombeiros na Zona Sul do estado, 313 foram queimadas. Em dezembro, as queimadas nos campos chegaram a 180. Já em novembro foram 56 e, em outubro, 40. Em julho de 2022, mês mais frio e com maior incidência de chuvas, foram registradas três queimadas na região.

As causas vão desde a ação humana, com o descarte irregular de lixo, de garrafas de vidro e bitucas de cigarro, até efeitos da natureza, como ocorreu na Reserva Ecológica do Taim, em dezembro, quando um raio atingiu uma vegetação seca e causou um incêndio de grandes proporções, que levou vários dias para ser controlado.

A maior parte das queimadas ocorre na zona rural. Há casos em que o vento faz com que a fumaça se desloque de um bairro a outro, fazendo com que as pessoas acreditem que o fogo é em um lugar, mas é em outro. Uma causa recorrente é que as pessoas queimam vegetação e lixo, e o fogo acaba perdendo o controle.

Risco extremo de fogo

O aumento da nebulosidade e a ocorrência de chuva fará com que o risco de fogo no Rio Grande do Sul, nesta quarta em níveis extremos no Oeste gaúcho, diminua nesta quinta e na sexta. Vai, contudo, seguir alto em algumas áreas pela chuva irregular.

ECMWF

As projeções de risco de fogo do modelo europeu do Sistema Copernicus indicam que o risco de fogo aumentará dramaticamente no estado entre os dias 12 e 13 deste mês à medida que o ar quente ganha muita força e a atmosfera estará seca. No Oeste gaúcho, os valores de risco de incêndio voltarão a ser extremos no fim de semana.