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Recorde de temperatura do Hemisfério Sul coincidiu com a onda de incêndios devastora que atingiu o Chile sob uma intensa onda de calor na América do Sul | JAVIER TORRES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A temperatura médio do Hemisfério Sul do planeta atingiu na última semana níveis nunca antes observados, influenciada por ondas de calor que atingiram a América do Sul e a Austrália, além de temperatura do mar acima do que é normal em diversos oceanos. O recorde acompanha um período de aquecimento acelerado do planeta que se observa há meses.

De acordo com dados do modelo de reanálise ERA-5, utilizado pelos europeus e que muitos consideram o de maior confiabilidade do mundo para análises de curvas históricas de temperatura, a temperatura média do Hemisfério Sul atingiu pela primeira vez a marca de 17ºC, quase 1ºC acima da média 1991-2020.

A Argentina anotou 16 dia seguidos com temperatura máxima acima de 40ºC, conforme dados do Serviço Nacional Meteorológico Nacional. As máximas diárias na Argentina foram no dia 25/1 de 43,9ºC em San Antonio Oeste (Rio Negro); no dia 26/1 de 41,6ºC em San Antonio Oeste; em 27/1 de 40,0ºC em Rivadavia (Salta); em 28/1 de 41,6ºC em Cipoletti (Rio Negro); em 29/1 de 43,0ºC em Rivadavia; em 30/1 de 44,5ºC em Rivadavia; e em 31/1 de 44,0ºC em Rivadavia.

A sequência prosseguiu em 1º/2 com 43,0ºC em Rivadavia; em 2/2 com 43,5ºC em Rivadavia; no dia 3/3 com 45,7ºC em Santiago del Estero (Santiago del Estero); em 4/2 com 42,2ºC em Orán (Salta), em 5/2 com 43,0ºC em Rivadávia; em 6/2 com 42,2ºC em Santa Rosa (La Pampa); em 7/2 com 42,0ºC em Rivadávia; em 8/2 com 41,5ºC em Rivadavia; e em 9/2 com 42,0ºC em Rivadavia.

O recorde de temperatura no Hemisfério Sul coincidiu com uma onda de calor no Chile e os devastadores incêndios em Valparaíso e Viña del Mar que deixaram mais de uma centena de mortos e destruíram 15 mil casas. A intensa onda de calor fez com que a temperatura atingisse 37,3ºC em Santiago do Chile, a terceira temperatura mais elevada registada nos últimos 55 anos, informou a Direção Meteorológica do Chile (DMC).

Segundo o órgão oficial de Meteorologia chileno, a temperatura foi observada na estação da Quinta Normal, bairro popular do centro da capital. O recorde de temperatura só é superado pela marca de 2017, ano em que a mesma estação atingiu os 37,4ºC, e a máxima absoluta de 38,3ºC de janeiro de 2018.

No Sul do Brasil, o Rio Grande do Sul enfrenta uma onda de calor desde o primeiro dia do mês. Todos os dias de fevereiro até agora foram de temperatura acima da média no território gaúcho com registro de máxima de 40,1ºC em Quaraí e sensação térmica de 43,5ºC na estação oficial de Porto Alegre.

Na última semana, o Sistema Copernicus da União Europeia informou que a temperatura média do planeta pela primeira vez excedeu em intervalo de doze meses a marca de 1,5ºC acima da média da era pré-industrial. O mês de janeiro foi marcado por uma onda de calor na América do Sul, com temperaturas recordes e incêndios devastadores na Colômbia e Chile.

O Serviço Copernicus de Mudança Climática (C3S) informou que, de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, o planeta registrou uma temperatura média 1,52ºC superior à do período 1850-1900, algo que os cientistas consideram uma “advertência à humanidade”.

Depois dos recordes de 2023, o novo ano segue o mesmo caminho. Com temperatura média de 13,14ºC, 2024 teve o mês de janeiro mais quente desde o início dos registros. A média é 0,12ºC superior ao recorde anterior, de janeiro de 2020, e ficou 0,70ºC acima da média registrada no período 1991-2020. Comparado com a era pré-industrial, o mês foi 1,66ºC mais quente. Além disso, janeiro foi o oitavo mês consecutivo que registrou o recorde de calor histórico para cada um destes meses, segundo o Copernicus.

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