Chuva e temporais se somam à onda de calor no Rio Grande do Sul com precipitação irregular, embora localmente forte. A MetSul Meteorologia projeta para este começo de semana um aumento da instabilidade no estado gaúcho, o que fará com que chova em maior número de locais e com possibilidade de alguns temporais.
A instabilidade vem ocorrendo há vários dias no Rio Grande do Sul, mas de forma muito localizada. O calor intenso forma nuvens carregadas com chuva que afeta em alguns casos apenas parte de um município, tão isolada que é a instabilidade. Na sexta-feira, por exemplo, temporais com vendavais causaram danos em Sobradinho e Itaara.
A chuva, assim, tem sido de natureza convectiva. Cai em um canto e não cai em outro. Sob convecção, em que o ar ascende na atmosfera, e quanto mais quente mais leve se torna o ar, formam-se nuvens isoladas do tipo Cumulus da tarde para a noite que causam chuva isolada, eventualmente forte e com temporal.
Ontem, sábado, o calor muito intenso, com máximas perto de 40ºC e sensação térmica acima de 40ºC, formou áreas de instabilidade por convecção em várias regiões do território gaúcho e que trouxeram chuva mal distribuída, apesar de forte a intensa em algumas poucas localidades.
Estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia no Rio Grande do Sul registraram no sábado acumulados de chuva de 56 mm em Frederico Westphalen, 24 mm em Capão do Leão, 18 mm em Palmeira das Missões, 13 mm no Chuí, e 7 mm em Caçapava do Sul e em São Luiz Gonzaga.
Já estações do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) anotaram no sábado volumes de chuva de 48 mm em Santa Rosa, 45 mm em Arroio Grande, 43 mm em Capão do Leão, 26 mm em Pedro Osório e 18 mm em Caçapava do Sul.
O que esperar da chuva
Hoje, amanhã e terça serão dias com registros de chuva no Rio Grande do Sul. Projeta-se um aumento da instabilidade no estado por conta da maior umidade e da atuação de uma frente fria, o que vai levar chuva a todas as regiões, apesar de grande variabilidade de volumes.
Neste domingo, da tarde para a noite, assim como ontem, o calor gera novas áreas de instabilidade isoladas com pancadas localizadas de chuva e risco de temporais isolados. As regiões com maior probabilidade destas precipitações mal distribuídas são o Oeste, o Noroeste, o Centro e o Sul gaúcho.
Já nesta segunda-feira o cenário começa a mudar. O avanço de uma frente fria traz uma maior probabilidade de chuva e em maior número de locais em áreas do Oeste e do Sul do estado, notadamente mais próximas da fronteira com o Uruguai. Nas demais regiões do estado, a chuva é mais localizada e ocorre por convecção.
Na terça-feira, por sua vez, a frente fria avança pelo Rio Grande do Sul e traz chuva mais generalizada no território gaúcho e que será localmente forte a intensa com risco de alguns temporais. Será o dia com mais chuva no estado em várias semanas, apesar de que não se projeta chuva com elevados volumes em todos os municípios. Além da chuva, não se pode descartar tempo severo isolado com risco de rajadas de vento.
Em Porto Alegre, embora não se possa afastar chuva hoje no fim do dia devido ao calor excessivo, os dias com maior probabilidade de instabilidade neste começo de semana são a segunda-feira, da tarde para a noite após horas de sol e calor, e a terça-feira que pode ter chuva a qualquer hora pela atuação da frente fria.
Qual o risco de temporais
Os três dias têm risco de temporais isolados no Rio Grande do Sul. A atmosfera está por demais aquecida e a temperatura muito elevada, o que agrava o risco de tempestades localizadas, especialmente de chuva forte e vento. Não é, contudo, uma condição que se assemelhe ao evento de 16 de janeiro, que teve vendavais intensos em muitas cidades do interior e na capital. Ocorrências de tempo severo tendem a ser mais pontuais desta vez.
Volumes de chuva
O mapa abaixo mostra a projeção de chuva até o final da quarta-feira pelos dados do modelo meteorológico alemão Icon. É sempre importante pontuar que os modelos de computadores não conseguem projetar volumes altos muito isolados associados a estes temporais bastante isolados de verão, assim que em alguns pontos pode chover mais do que o modelo indica.
O que sobressai no mapa é a perspectiva de os volumes serem muito variáveis de ponto para outro. Portanto, a instabilidade desta primeira metade da semana trará alívio em muitos locais em que a agricultura está se ressentindo da falta de chuva neste mês, mas não em todos. Haverá cidades em que deve chover 50 mm a 75 mm enquanto outras não devem ter mais de 10 mm ou 15 mm.
Como consultar os mapas
Mapas de chuva deste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas a qualquer hora. A plataforma oferece mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.
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