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O verão 2017/2018 começa nesta quinta-feira (21) no Hemisfério Sul às 14h28m (hora de verão). A estação este ano começa com o Pacífico Equatorial sob condições de La Niña fraco e que devem perdurar até o outono, ocasionalmente atingindo intensidade moderada por um breve momento. O resfriamento das águas do Pacífico Equatorial traz impactos no clima mundial e também no Sul do Brasil.

A já tradicional irregularidade da chuva do verão será ainda mais acentuada neste verão de 2018 por conta do fenômeno La Niña e se espera uma grande variabilidade nos totais de chuva no decorrer da estação, sem um cenário homogêneo em todo o Rio Grande do Sul. Haverá muitas áreas em que a chuva deverá ficar perto ou abaixo da média. Apesar de episódios pontuais e localizados de chuva intensa com elevados volumes, ao longo do verão são esperados períodos longos de escassez de chuva ou precipitação abaixo da média, o que para a MetSul levará a quadros regionais de déficit hídrico com riscos para a agricultura. O Sul gaúcho já começa o verão com deficiência hídrica.

“A má distribuição temporal (quando chove) e espacial (onde chove) das precipitações é normal no verão gaúcho e tende a ser maior no primeiro trimestre de 2018. Antes mesmo do começo da estação, no final da primavera, algumas áreas do Estado já se ressentiam de chuva abaixo da média”, destaca a meteorologista da MetSul Estael Sias. O Oeste e o Sul do Estado são as regiões que mais preocupam quanto à deficiência hídrica enquanto na Metade Norte os acumulados de chuva devem ser maiores que no Sul, destaca a profissional da MetSul.

Apesar da irregularidade da chuva prevista, devem ser esperados episódios pontuais de chuva volumosa a excessiva, de curta duração, e com características muito localizadas ou regionalizadas. As regiões Norte, Leste e Nordeste do Estado têm uma maior propensão a estes episódios de chuva volumosa, sobretudo o Litoral Norte que sofre maior influência das correntes de umidade que atuam nesta época do ano no Sudeste do Brasil e nos litorais de Santa Catarina e do Paraná.

O verão é a época em que tradicionalmente ocorrem pancadas localizadas e passageiras de chuva que se dão, em regra, da tarde para a noite em dias de calor e umidade alta. Não raro chegam são acompanhadas de temporais, alguns fortes de vento e granizo, e podem despejar volumes altos de chuva em curto período com transtornos nas cidades por alagamentos. Casos mais extremos, sobretudo em dias de calor muito intenso com marcas entre 35ºC e 40ºC, trazem até tempestades severas com estragos, como se viu em Porto Alegre em 29 de janeiro de 2016.

O tradicional calor, obviamente, vai se fazer presente. A MetSul projeta uma estação com temperatura próxima ou acima da média histórica na maioria das localidades gaúchas com algumas jornadas de calor muito intenso em que as máximas devem ficar próximas ou até superarem os 40ºC em partes do Estado. Mesmo sendo verão é provável que ocorram na estação dias de temperatura amena com maior influência de rápidas passagens de ar frio de trajetória marítima afetando mais o Sul e o Leste do Estado.

Vento. Quando pulsos de ar frio de trajetória marítima atuam sobre o Atlântico Sul perto da costa gaúcha, o vento Nordestão nas praias se fará mais presente em nossas praias. Entre o fim do verão e o início do outono, com menor divergência na atmosfera de vento, o cenário pode se tornar propício para a gênese de ciclones atípicos na costa de natureza subtropical ou mesmo tropical.