O furacão Felícia se tornou hoje o primeiro ciclone tropical a atingir categoria 3 no Pacífico Leste em 2021, anunciou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) que é responsável pelos alertas sobre os sistemas que se formam na parte oriental do Pacífico e no Atlântico Norte.

Olho do furacão categoria 3 Felícia sobre o Oceano Pacífico registrado por imagens de satélite nesta sexta-feira | CIRA/CSU

Ao atingir categoria 3 na escala Saffir-Simpson, a tempestade Felícia é o primeiro furacão intenso (categorias 3 a 5) da temporada, seja no Pacífico Leste ou no Atlântico. O ciclone tropical é bem pequeno nas imagens de satélite, mas no decorrer desta sexta-feira, à medida que se intensificou, formou claramente um olho muito simétrico e bem definido com “stadium effect” (aparência de um estádio no olho).

Felícia estava hoje a quase dois mil metros a Oeste de Baja Califórnia, no México. De acordo com as projeções dos modelos, o furacão pode brevemente atingir categoria 4. A primeira tempestade intensa do ano no Pacífico Leste, entretanto, não representa qualquer risco porque está bem no meio do oceano e não vai atingir nenhuma área de terra.

A tempestade Henrique, entretanto, alcançou a costa do México nesta semana e causou vento forte e, em especial, chuva intensa com alagamentos e inundações em algumas áreas do país.

Pacífico agitado e Atlântico quieto

A MetSul antecipa que a tendência é que a região do Pacífico Leste permaneça bastante ativa em ciclones tropicais ao passo que o Atlântico Norte deve seguir com um período de calma em ciclones tropicais nesta segunda quinzena de junho.

O motivo é uma oscilação conhecida como OMJ ou Oscilação de Madden-Julian, uma área de maior convecção ou instabilidade que dá a volta no planeta a cada 30 ou 60 dias. Na sua fase positiva, ela favorece a formação de ciclones (atividade ciclogenética).

Neste momento, a OMJ está passando pelas longitudes do Pacífico, o que fará com que nos próximos 10 a 15 dias este oceano da Terra tenha uma condição maior para a formação de ciclones.

Em agosto, ao contrário, com o deslocamento da OMJ para Leste, a tendência é que o cenário mude. A perspectiva é que o Atlântico Norte passe então por um grande aumento na frequência de ciclones tropicais com tempestades e furacões ao mesmo que tempo que se espera uma supressão da atividade de ciclones no Pacífico Leste.