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Serão necessários estudos mais aprofundados para explicar esse janeiro extremamente chuvoso em parte do Rio Grande do Sul com volumes absurdamente altos e inéditos pro mês no Oeste. Há alguns elementos, contudo, que se desenham. O chamado VCAN ou Vórtice Ciclônico de Altos Níveis no Nordeste, que inibe a chuva na região, e a posição mais ao Sul da chamada Alta da Bolívia contribuíram para deslocar grande parte do ar úmido que normalmente atua nesta época no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil para o Centro e Norte da Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, gerando excesso de chuva aqui.

Na terça-feira, nevou em pleno janeiro e outras cidades do Sul da Argentina. O ar mais frio ao avançar pelo país vizinho deve ter contribuído pra aumentar a instabilidade no Centro argentino, o que gerou os volumes extremos de até 300 mm só na quarta-feira no nosso Oeste.


um debate sobre a influência do Pacífico. Não há evento de El Niño ainda declarado por não estarem preenchidos todos requisitos, mas as águas do Pacífico Equatorial estão mais quentes do que o normal e no patamar de El Niño por três meses seguidos.

Aí entra questão curiosa e ao mesmo tempo especulativa. Eventos extremos de chuva no Oeste costumam se dar na primavera, sobretudo em outubro, sob Pacífico quente. O aquecimento do oceano que, em regra, começa no inverno, em 2018 começou no último trimestre do ano. Logo, o que costuma ocorrer no inverno no oceano se deu na primavera e a chuva que costuma acontecer em outubro no Oeste veio em janeiro. Como se o relógio climático estivesse atrasado.

 

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