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Brasília é uma das cidades que vai se reencontrar com a chuva com o retorno da umidade ao Centro-Oeste do Brasil | MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/EBC

Moradores de centenas de municípios da região central do Brasil, no Centro-Oeste e no Sudeste, torcem pelo retorno da chuva após meses de tempo seco, fumaça de queimadas e muitos dias de extremo calor. O começo do fim da estação seca começa nos próximos dias com o retorno da chuva para grande parte da região central do território brasileiro e os primeiros registros de chuva após meses sem uma gota.

Modelos numéricos projetam chuva para quase a integralidade dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais nos próximos sete dias. A chuva será irregular, ainda mal distribuída, com volumes baixos na maioria das cidades. Em pontos isolados, sobretudo do Mato Grosso, a chuva pode ser mais forte e volumosa. O mapa acima mostra a projeção de chuva para os próximos sete dias do modelo alemão Icon, disponível ao assinante na seção de mapas com quatro atualizações diárias.

Uma vez que a atmosfera vai estar aquecida, o aumento da umidade deve favorecer temporais isolados com raios, vento forte e granizo. Muitas cidades devem ver raios e relâmpagos no céu pela primeira vez desde abril. Os temporais, isoladamente, podem ser fortes com risco de transtornos e até danos.


A chuva atinge nesta sexta vários pontos do Mato Grosso e de Goiás, alcançando no fim de semana mais locais por grande parte do Centro-Oeste, muitas áreas do estado de São Paulo e o Centro-Sul de Minas Gerais, incluindo a região do Triângulo Mineiro que, juntamente com o interior paulista, está entre as áreas com seca mais intensa no país no momento.

A última chuva diária acima de 20 mm se deu em 8 de abril em Goiânia. Em Brasília, em 15 de junho. Em Belo Horizonte, em 29 de março. Em São Simão (SP), em 6 de março. Em Paranaíba (MS), em 26 de maio. Em Rio Verde (GO), em 23 de maio. Nos últimos seis meses, na maioria das cidades destas cidades, e que é realidade para outras muitas, mais de 90% dos dias não tiveram qualquer acumulado de precipitação.

A estação mais seca que o habitual ajuda a explicar o agravamento da crise hídrica que fez baixar os níveis dos rios a ponto de paralisar hidrovias e a piora da crise energética. A crise hídrica interrompe ou reduz a navegação nos principais rios do país. Hidrovias como as do Tietê-Paraná, Paraná-Paraguai e Madeira sofrem os efeitos. A fim de reduzir o risco de racionamento de energia, o governo federal diminui a vazão dos reservatórios das hidrelétricas, o que provocou uma baixa do calado dos rios e prejudicou o transporte de cargas.

A instabilidade prevista para os próximos dias é recém o começo do fim da estação seca no Brasil Central. Somente em outubro se espera um aumento mais pronunciado da chuva com registro até de precipitações acima das médias histórica em áreas do Centro-Oeste e do Sudeste, em especial numa faixa que irá do Mato Grosso a Minas Gerais, passando por Goiás e o Distrito Federal.

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