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Fernando Oliveira

O ano de 2017 foi mais quente da história climatológica de Porto Alegre que se iniciou em 1910, concluiu a MetSul Meteorologia e Sistema Metroclima em um levantamento a partir de dados do Oitavo Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que mantém a estação de referência climatológica no bairro Jardim Botânico. A temperatura média anual na cidade foi de 20,8ºC no ano passado, quando a normal histórica anual (série 1961-1990) é 19,5ºC, logo 1,3ºC acima da última série histórica.

O ano de 2017 foi apenas 0,09°C mais quente que 2012, até então o de maior média anual. Em 2017, nada menos que onze meses foram mais quentes que os padrões históricos com destaque para setembro que teve temperatura muito superior ao normal com desvio de +3,8ºC. Somente novembro ficou abaixo da média com anomalia de -0,3ºC. Observando-se a tendência histórica com 107 anos de dados observa-se uma maior frequência de anos muito quentes. Dois dos anos mais quentes de Porto Alegre foram justamente na década atual. Três dos cinco mais quentes ocorreram neste século. Pela ordem, desde 1910, os anos de maiores médias anuais são 2017 (20,8ºC), 2012 (20,7ºC), 1940 (20,6ºC), 2001 (20,6ºC), 1961 (20,4°C) e 1914 (20,2ºC).

No entendimento da MetSul, essa tendência passa pela crescente urbanização que gera o efeito de “ilha de calor urbano” e o padrão climático mundial com anos recordes de temperatura alta globalmente. O levantamento da MetSul utilizou metodologia a partir da temperatura média compensada, que inclui dados das mínimas e das máximas, o padrão na obtenção da médias mensais e anuais.

Com evento de La Niña agora no Pacífico, a perspectiva é que 2018 tenha temperatura anual menor com mais incidência de frio. Em 2017 e em 2012 foram justamente meses muito quentes de inverno, agosto e setembro, que fizeram a média anual disparar.


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