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Volumes extremos a excepcionais de chuva castigaram a região de Florianópolis entre a terça-feira e hoje. Os acumulados superaram os 400 mm em locais como Canasvieiras e Carijós, passando dos 300 mm em Santo Antonio de Lisboa, Itacorubi e no Centro da capital catarinense. Muitos outros locais anotaram entre 200 mm e 300 mm. A chuva fez com que a Lagoa da Conceição transbordasse (foto) e houve muitos alagamentos com inundações em diferentes pontos, além de deslizamentos de encostas e outros danos.

Os modelos numéricos usados em previsão do tempo indicavam acumulados elevados para a região devido à influência de uma área de menor pressão atmosférica na costa com o ingresso de umidade do oceano. A área de Florianópolis tem um histórico de volumes extremos de chuva em curto período por conta da sua condição geográfica, no litoral, e de terreno, por ter morros e estar a Leste da Serra, Quando há fluxo de umidade vinda do mar que encontra as elevações, o ar úmido ascende na atmosfera e se condensa, que tem por efeito trazer chuva. É o que se denomina de chuva orográfica ou induzida pelo relevo, capaz de gerar acumulados muito extremos.

Por isso, Florianópolis acaba por registrar 400 mm ou quatro vezes a média histórica de chuva de janeiro de Porto Alegre, o que não ocorreria sem o relevo da zona. A chuva diminui a partir desta sexta com aberturas e o sol deve aparecer nos próximos dias, mas o tempo não firma e seguirão ocorrendo pancadas de chuva, às vezes localmente fortes a intensas. Com o solo saturado, o risco de deslizamentos vai seguir alto.