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Grande parte da América do Norte experimentou uma primeira semana de janeiro com frio absurdamente intenso com marcas em pontos dos Estados Unidos e do Canadá de até 40ºC abaixo de zero. Chegou a nevar em localidades do Norte da Flórida depois de duas décadas. Bastou para que as redes sociais fossem inundadas com textos alegando o frio como prova da inexistência do aquecimento global. O próprio presidente americano Donald Trump fez uso de ironia na sua mensagem de ano novo, dizendo ter saudade do bom e velho aquecimento do planeta. Só que tempo não é clima e uma região não pode ser usada como representação para escala planetária.

O mapa acima mostra a anomalia de temperatura no mundo no dia 1 de janeiro, quando muitas cidades americanas viviam a virada de ano mais gelada em meio século. Apesar da temperatura muito baixa no país e no Canadá, grande parte do planeta tinha temperatura acima da média. A anomalia no dia em escala global foi de temperatura 0,5ºC acima da média histórica com desvio de +0,9ºC no Hemisfério Norte e +0,1ºC no Hemisfério Sul. Na mesma semana, Sydney, na Austrália, teve o dia mais quente desde 1939 com máxima em subúrbio da cidade de 47,3ºC.