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IGN-Espanha/Divulgação

Novo rio de lava do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, chegou ao mar nesta segunda-feira e gerou alerta de gases tóxicos. É o terceiro rio de lava a alcançar o Atlântico desde o início da erupção em 19 de setembro. O primeiro chegou ao mar ainda no final de setembro e o segundo poucos dias atrás. O novo rio de lava ao chegar no mar gerou uma grande coluna de gases.

O novo rio de lava a atingir o Atlântico, o de número 7, fica mais próxima da área central da localidade de Tazacorte. O prefeito, Juan Miguel Rodríguez, em declarações à Rádio Canarias, disse que os moradores dos centros populacionais próximos ficarão confinados em razão dos gases gerados pelo contato da lava com o mar.

O Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca) confirmou que as áreas sob ordem de confinamento incluem San Borondón, Tazacorte, El Cardón a Camino Los Palomares.

Pelo seu caminho, este rio de lava devastou mais terras agrícolas, especificamente as plantações de banana perto da costa. O terceiro rio de lava ao chegar no mar atingiu um ponto localizado mais ao Norte do primeiro delta que começou a se formar na noite de 28 de setembro.

A Direcção-Geral de Segurança e Emergências das Canárias, em comunicado, informou cuidados pelas emissões de gases nocivos à saúde das pessoas. Segundo a Pevolca, é recomendável fechar portas, janelas, venezianas e todas as entradas de ar pelo exterior.

Sugere também vedar juntas de portas e janelas com fita adesiva e ter em mãos sistemas que permitam a comunicação ou recebimento de informações, como telefone ou rádio. As pessoas  são orientadas de que um veículo não é um espaço seguro e que deslocamentos devem ser evitados, salvo casos de força maior.

Erupção subiu de magnitude no sábado

A magnitude da erupção do vulcão Cumbre Vieja, em Las Palmas, foi elevada no sábado de VEI-2 para VEI-3. A decisão foi comunicada pelo comitê científico do organismo de previsão e monitoramento de vulcões Involcan. De acordo com o órgão, o aumento da magnitude não supõe uma explosão maior do vulcão.

A decisão de subir o índice de explosividade da erupção ocorreu após a constatação que 10 milhões de metros cúbicos de material piroclástico já foram emitidos. Os cientistas espanhóis enfatizaram ainda que não há alteração nas características explosivas da erupção que permanecem as mesmas desde o dia 19 de setembro, quando teve início a crise vulcânica. A atividade varia a cada dia e aumentou neste sábado após uma sexta-feira com menor emissão de cinzas e piroclastos.

Em vulcanologia, existe uma escala conhecida como Índice de Explosividade Vulcânica (IEV-VEI), que é um indicador do tamanho e da explosividade das erupções. Ele registra a quantidade (volume) de material que um vulcão expele e a altura da nuvem de erupção. A escala IEV-VEI varia de 0 a 8, mas é logarítmica, o que significa que um aumento de 1 na escala representa uma explosão 10 vezes mais potente.

A erupção do Cumbre Vieja

A erupção é a primeira em La Palma desde outubro de 1971, quando o vulcão Teneguia expeliu lava durante três semanas. La Palma, com 85 mil habitantes, é uma das oito ilhas do Arquipélago das Canárias. No seu ponto mais próximo com a África, dista 100 quilômetros do Marrocos. As Canárias estão a 460 quilômetros da ilha da Madeira, em Portugal, e a 1.428 quilômetros da Ilha do Sal, em Cabo Verde.

A atividade vulcânica na parte Sul da ilha de La Palma já dura pelo menos 125.000 anos e formou o vulcão conhecido como Cumbre Vieja, ou também simplesmente como Dorsal Sur. Apesar de serem estruturas diferentes, o Cumbre Vieja pode fazer parte do vulcão Taburiente. O Cumbre Vieja entrou em erupção em 1971, 1949, 1712, 1677, 1646 e 1585.

É o vulcão mais ativo das Ilhas Canárias. As erupções ocorreram em intervalos de 20-60 anos. Exceção foi a notável dormência de 237 anos entre 1712 e 1949. Cientistas especulam que a enorme erupção de seis anos na vizinha Ilha de Lanzarote, em 1730, induziu a longa dormência em Cumbre Vieja de mais de dois séculos até 1949.

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