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Temporal de 16 de janeiro deste ano derrubou mais de três mil árvores em Porto Alegre, deixou grande parte da cidade sem luz por dias e ainda causou falta de água na grande maioria dos bairros | THOMAS ADAMSKI/ARQUIVO

Uma intensa frente fria vai avançar pelo Rio Grande do Sul com muita chuva e temporais nesta quinta-feira entre a madrugada e o período da manhã. Uma vez que o sistema frontal encontrará uma massa de ar muito quente e se deslocará com grande velocidade com as nuvens carregadas em forma de linha, além de chuva forte a torrencial e muitos raios, a frente pode provocar tempestades localmente fortes a severas com risco de vendavais.

Diante deste cenário, a questão que mais temos lido nas redes sociais da MetSul é sobre o risco de uma repetição de temporal como o do dia 16 de janeiro deste ano em Porto Alegre e outras cidades. É natural que haja este tipo de questionamento, afinal foi um episódio muito severo com vento perto de 130 km/h na capital e que causou estragos e transtornos para centenas de milhares de pessoas, muitas ainda traumatizadas.

A resposta é um tanto complexa, mas a premissa é que temporais como o de 16 de janeiro em Porto Alegre não ocorrem a todo momento e são mais raros. Com severidade igual ou parecida foram poucos nos últimos dez a quinze anos. Podem ser citados o de outubro de 2015, que causou muito granizo em Canoas, o de janeiro de 2016 na capital e o de outubro de 2017, que destelhou o antigo ginásio da Brigada.

Cada temporal tem sua marca e alguns são mais intensos em chuva e outros em vento ou granizo. Tempestades fazem parte do nossos clima, acontecem muitas vezes por ano no estado e muitos não chegam a ser intensos enquanto alguns podem ser de grande potencial destrutivo, como se viu em janeiro.

Para esta quinta, é muito alto o risco de chuva muito forte a torrencial quando da chegada da frente fria com elevado volume em curto período em Porto Alegre, o que pode trazer alagamentos, o que se viu em 16 de janeiro, quando choveu até 60 mm em duas horas.

A grande questão, entretanto, é o vento. Foi o vento a principal causa de transtornos em janeiro. Uma vez que a temperatura estará alta, o sistema frontal será intenso e vai se deslocar em linha com grande rapidez sob baixa pressão, por óbvio não se pode afastar o risco de vento forte quando a frente alcançar Porto Alegre.

A quanto exatamente o vento pode chegar na capital é muito difícil estimar, afinal o vento varia demais de ponto para outro sob nuvens de tempestade, mas o dado fundamental é que há o risco de ser forte.

Comparações com eventos passados antes de evento futuro são muito difíceis. Por exemplo, se o vento chegar nesta quinta a 85 km/h ou 90 km/h não será tão intenso quanto em janeiro, mas mesmo assim haverá transtornos por quedas de árvores e falta de luz. O importante, assim, não é tentar buscar comparações antes mesmo de um evento ocorrer, que está ainda no terreno de previsão, e sim se concentrar no risco.

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