Chuva com muito altos volumes é prevista para o Sudeste do Brasil nesta semana. Os modelos numéricos analisados pela MetSul Meteorologia indicam acumulados altos em diversas áreas da região. Os volumes podem exceder 200 mm em algumas cidades com risco de transtornos à população.

São três condições que trarão chuva volumosa para a Região Sudeste. Primeiro, em cidades situadas perto da costa a umidade do mar ao encontrar o relevo da Serra do Mar favorecerá a ocorrência de chuva. Mais para o interior da região, a atuação de ar tropical quente e úmido provocará pancadas e temporais isolados. E, terceiro, entre Minas Gerais e o Espírito Santo um episódio da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) gera chuva mais persistente e com maiores volumes.

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O mapa mostra a análise sinótica em que dois sistemas chamam a atenção. No Atlântico, um centro de alta pressão a Leste da Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul. Este sistema, com ar mais frio, leva umidade do mar para o continente com chuva em áreas próximas do litoral no Sudeste.

Já do Centro para o Norte de Minas Gerais observa-se a presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é tradicional nos meses do verão e costuma trazer dias seguidos de chuva e com altos volumes.

No caso da infiltração de umidade oceânica, umidade que vem do oceano ao encontrar a barreira do relevo da Serra, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo que se denomina de chuva orográfica.

Episódios de chuva orográfica são de alto risco porque costumam trazer acumulados de precipitação localmente muito altos e que não raro até acabam superando as projeções dos modelos numéricos. Os litorais de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro são os de maior risco de eventos de chuva extrema de natureza orográfica no Brasil e devem ter muita chuva nesta semana.

O mapa acima com a projeção de chuva em 72 horas até 21h de quarta mostra nitidamente a influência da chuva orográfica com altos volumes de precipitação em pontos do litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro. Volumes que podem atingir 100 mm a 200 mm e isoladamente serão superiores a 200 mm em apenas 72 horas.

Já a influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) provoca a chuva mais contínua, persistente e volumosa principalmente em Minas Gerais, onde o Centro e o Norte do estado sofrem mais a influência do sistema de verão com os mais altos acumulados de precipitação.

A semana que começa será muita chuva do Centro para o Norte de Minas com acumulados que em alguns pontos devem passar facilmente dos 300 mm, o que inevitavelmente vai levar a transtornos e problemas como risco de deslizamentos, inundações e alagamentos. O mapa abaixo mostra a projeção de chuva para sete dias do modelo alemão Icon e os volumes em algumas localidades devem exceder o que o modelo está a projetar.

Em consequência deste cenário, as cidades de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro devem ter chuva frequente e com elevados volumes nesta semana. Podem ocorrer episódios de chuva localmente, por vezes, forte a torrencial com altos acumulados em curto período, o que aumenta o risco de alagamentos.

No caso de Belo Horizonte, a chuva tende a ser mais intensa e volumosa até a quarta-feira. A partir de quinta, embora o tempo não firme e ainda ocorram pancadas, a instabilidade tende a diminuir. Já no Rio de Janeiro, a chuva maior ocorre até quinta, mas esta terça, em particular, pode ter precipitações mais intensas e de risco.

Como consultar os mapas

Os mapas de chuva neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas. A plataforma oferece ainda mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.