O canal de umidade da Amazônia, que regula o regime de chuva no país, está mais atuante nas últimas semanas nos Estados do Sudeste e Centro Oeste propiciando, assim, a ocorrência de chuva mais abundante por lá. No começo do ano de 2015 não foi assim a chuva continuava escassa por lá enquanto que a precipitação ocorria em maior quantidade e frequencia aqui no Estado. O mapa abaixo mostra o desvio de precipitação do mês janeiro e nas áreas em azul é possível observar que a chuva ultrapassou a média histórica em grande parte do território gaúcho.

 

Já no mês de março até o presente momento, a situação se inverteu completamente e a chuva ficou irregular e mal distribuída no Rio Grande do Sul concentrando maiores acumulados em parte do Centro Oeste e Sudeste. Conforme mapa abaixo de desvio de precipitaçao do CPTEC/INPE as áreas em azul que indicam a chuva acima da média foram registradas no centro do país. Enquanto que no Rio Grande do Sul há deficit de 50 a 100 mm, ou seja, ainda falta chover essa quantidade para que se atinja a média histórica. É provável que isso não aconteça. 

Nos próximos 7 dias o modelo americano indica que a chuva seguirá irregular em todo o território gaúcho. No mapa abaixo é possível observar que os volumes de precipitação (mm) não serão muito significativos com possibilidade de 40 mm em pontos do Nordeste e Oeste do Estado. Nas demais regiões os volumes tendem a ser baixos e é possível que se encerre o mês com precipitação abaixo da média na maioria das regiões. 

A Metsul tem recebido com certa frequencia o seguinte questionamente: mas se tem El Nino atuando como pode estar chovendo menos no Sul do país? Primeiro é preciso ressaltar que el Nino não é garantia de chuva e nem La Nina é garantia de seca. Já houve anos sob inlfuência de El Nino com chuva irregular, assim como, houve anos de La Nina com muita chuva em partes do Estado. Neste ano, há um ingrediente que está contribuindo para essa irregularidade na precipitação: o resfriamento do Pacífico Leste (em destaque em azul na figura abaixo). O pacífico central está mais quente que a média há semanas e, por isso, há El Nino, contudo, o resfriamento no Leste tem impacto importante no Clima do Estado  e, por isso, o regime de chuva tem mudado nas últimas semanas e ao que tudo indica tende a permanecer assim por mais algumas semanas.