Zona Sul de Porto Alegre é a área de maior risco com a estiagem | LUCIANO LANES/PMPA

É crescente a preocupação com o abastecimento de água na Grande Porto Alegre devido à estiagem. Na segunda, antes de o vento virar para Sul elevar o nível do Guaíba, régua no Cais Mauá registrou apenas 0,29 metro. Em Gravataí, o nível do Rio Gravataí hoje estava em apenas 0,97 metro após bater 0,94 metro na segunda.

O DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos), de Porto Alegre, emitiu um alerta sobre os níveis do lago Guaíba e suas alterações. “Pode haver dificuldade na captação, principalmente no ponto do bairro Belém Novo, zona Sul da Capital, com risco de problemas no abastecimento”, advertiu o órgão.

Algumas regiões da cidade estão no limite da capacidade de produção, como o Belém Novo e o Extremo-Sul, pois tiveram um grande crescimento populacional. Nestas áreas, pelas características da captação, numa enseada, qualquer alteração de vento é sentida de forma aguda, o que com o baixo nível do lago, temperaturas altas e consumo elevado, pode ocasionar falta de água por períodos mais longos.

A preocupação com o fornecimento de água na Grande Porto Alegre passa diretamente pela chuva muito abaixo da média resultante da estiagem que assola o Rio Grande do Sul. Em dezembro, Porto Alegre teve acumulado de chuva muito abaixo da climatologia e temperaturas máximas acima.

No mês, a capital registrou 63,5 mm ou apenas 56,6 % da média de precipitação do mês que é de 112,1 mm. O maior volume de chuva em 24 horas foi 26,8 mm, no dia 28, o que é pouco para a maior altura diária de chuva.

A precipitação em novembro já havia ficado abaixo da média mensal com 88,7 mm enquanto a normal histórica é 105,5 mm. Em outubro, míseros 65,5 mm ao passo que a média histórica de chuva do mês é de 153,2 mm.

Em setembro, a capital gaúcha teve o menor volume para o mês em onze anos com 66,2 mm contra uma média histórica mensal de 147,8 mm. Chuva abaixo da média também em agosto com 103 mm ao passo que a média é de 120,1 mm.